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Tudo sobre AZIA. O que fazer para acabar com a QUEIMAÇÃO constante?

Tempo de Leitura: 3 min
Atualizado em: 10/02/2025
Sumário

Entre o tórax e o abdômen encontra-se um dos músculos mais importantes que você talvez nem sabia que existia: o Esfíncter Esofágico Inferior. Esse músculo em forma de anel desempenha um papel crucial na digestão, impedindo que o ácido estomacal volte para o esôfago. Quando funciona bem, mal percebemos sua presença. Mas, quando falha, pode causar um desconforto familiar para muitos: a azia, aquela sensação de queimação no peito, às vezes acompanhada por um gosto ácido desagradável na boca.

Embora a azia ocasional seja comum, quando os episódios se tornam frequentes – duas vezes por semana ou mais – é possível que estejamos lidando com a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)

Mas o que leva a esse problema? Como evitá-lo? Vamos explorar!

O Papel do Esfíncter Esofágico Inferior na Digestão

O Esfíncter Esofágico Inferior é um músculo circular controlado por um sistema complexo de raízes nervosas conectadas ao cérebro. Sua função principal é criar uma barreira de alta pressão para evitar o retorno do conteúdo estomacal ao esôfago.

Quando esse músculo enfraquece ou relaxa no momento errado, ele perde a capacidade de manter o ácido no estômago. Isso resulta no refluxo ácido, que pode causar desde desconforto leve até inflamações graves no esôfago.

Fatores de Risco: Por Que o Refluxo Acontece?

Vários fatores podem interferir no funcionamento do esfíncter, incluindo:

1. Alimentação

  • Alimentos que relaxam o esfíncter: Café, hortelã e chocolate;
  • Irritantes do esôfago: Tomates, frutas cítricas e alimentos ácidos;
  • Bebidas gaseificadas: O gás pode forçar a abertura do esfíncter.

2. Estilo de Vida

  • Fumo: A nicotina relaxa o músculo;
  • Álcool: O consumo excessivo de álcool pode inflamar o esôfago;
  • Obesidade: O excesso de peso aumenta a pressão sobre o estômago e aumenta risco para desenvolvimento de hérnias de hiato.

3. Condições Especiais

  • Gravidez: Alterações hormonais e a pressão do bebê no abdômen favorecem que o alimento volte do estômago para o esôfago;
  • Hérnia de hiato: Uma anomalia que compromete a barreira antirrefluxo.

4. Medicamentos

Certos remédios, como os usados para tratar asma, hipertensão e depressão, podem enfraquecer o esfíncter ou aumentar a produção de ácido estomacal.

Sinais de Alerta: Quando Procurar Ajuda

Enquanto episódios ocasionais de azia são normais, sintomas persistentes podem indicar problemas mais graves, como:

  • Esofagite: Inflamação do esôfago causada pelo contato prolongado com o ácido.
  • Estreitamento do esôfago: Devido à formação de cicatrizes.
  • Esôfago de Barrett: Alterações celulares que aumentam o risco de câncer.

Se você sente azia frequente ou dificuldade para engolir, é hora de buscar orientação médica.

Opções de Tratamento

O tratamento varia de acordo com a gravidade dos sintomas:

1. Mudanças no Estilo de Vida

  • Reduzir o consumo de alimentos gatilho;
  • Evitar fumar e beber álcool;
  • Manter um peso saudável.

2. Medicações

  • Antiácidos: Neutralizam o ácido estomacal;
  • Bloqueadores de ácido: Reduzem a produção de ácido pelo estômago;
  • Protetores de mucosa: Ajudam a proteger o revestimento do esôfago.

3. Cirurgia

Nos casos mais graves, a cirurgia pode ser necessária. O procedimento mais comum é a fundoplicatura, que utiliza uma parte do estômago para reforçar a barreira antirrefluxo. Em um estudo realizado por nossa equipe, no Hospital das Clínicas da USP, demonstrou que a cirurgia é mais eficaz para diminuir risco de câncer de esôfago em casos de esôfago de Barrett.
No entanto, é necessária uma avaliação pré-operatória adequada para saber se, de fato, a fundoplicatura está indicada.

Prevenção: Pequenas Mudanças, Grandes Resultados

A boa notícia é que, na maioria das vezes, a azia pode ser prevenida. Algumas dicas incluem:

  • Fazer refeições menores e evitar deitar-se logo após comer;
  • Elevar a cabeceira da cama para reduzir o refluxo noturno;
  • Incorporar exercícios regulares à sua rotina para manter o peso ideal.

Conclusão

Embora a azia possa parecer uma queixa simples, ela pode ter um impacto significativo na qualidade de vida se não tratada adequadamente. Entender as causas e os fatores de risco é o primeiro passo para prevenir e tratar o problema. Cuide do seu corpo, dê atenção ao seu esfíncter e diga adeus àquela sensação incômoda de queimação no peito!

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Dr. Francisco Tustumi
Sou Graduado em Medicina, fiz Residência Médica em Cirurgia Geral e Cirurgia do Aparelho Digestivo, Mestre em Ciências em Gastroenterologia e Doutorado em Ciências em Gastroenterologia, especialista em Habilitação e Qualificação em Cirurgia Oncológica do Aparelho Digestivo e em Cirurgia Bariátrica

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