Os tumores malignos são a maioria das neoplasias do estômago. O principal tipo de câncer do estômago é o adenocarcinoma, responsável por até 95% dos casos. Em seguida, há o linfoma, o segundo tumor maligno do estômago mais frequente. GIST é um outro tipo de tumor que pode ser encontrado no estômago. 

O câncer de estômago consiste no 4º câncer mais comum do mundo. A maior incidência está entre homens idosos. 

O que é o câncer de estômago?

O câncer de estômago é um tumor maligno, sendo seu tipo mais comum o adenocarcinoma, que pode ser classificado de dois tipos: intestinal e difuso.

O tipo intestinal do adenocarcinoma está localizado principalmente na região do estômago mais próxima ao intestino e não está associado a grupos sanguíneos. Além disso, está relacionado com gastrite crônica com atrofia, metaplasia intestinal e displasia epitelial.

Já o tipo difuso está associado mais a fatores genéticos e é mais comum em portadores do grupo sanguíneo tipo A. O tumor se localiza na região do estômago mais próxima ao esôfago e é mais comum em jovens. É menos frequente que o câncer de estômago do tipo intestinal e possui pior prognóstico.

O que causa o câncer de estômago?

Não há um único fator responsável pelo desenvolvimento do câncer de estômago, mas sim a interação entre diversos fatores, como infecção pela H. pylori e pelo vírus Epstein-Barr, tabagismo, etilismo, grande consumo de sal, obesidade, entre outros. Em 2022 coordenamos um tópico na revista científica internacional Frontiers in Oncology discutindo os principais fatores que poderiam estar associados ao surgimento de câncer de estômago.

Quais são os sintomas do câncer de estômago?

O câncer de estômago não apresenta sintomas específicos. Em fases iniciais da doença, não há sintomas ou estes são leves.

Quando se manifestam, os principais sintomas incluem dor na região da “boca do estômago”, denominada dor epigástrica, e emagrecimento. Hemorragia digestiva também pode acontecer. Outros sintomas como dispepsia, dor abdominal vaga, anemia, cansaço, perda do apetite e alteração do hábito intestinal estão presentes em metade dos pacientes e podem acabar atrasando a investigação e tratamento da doença por serem confundidos com simples gastrite.

Como é o diagnóstico do câncer de estômago?

O exame de endoscopia digestiva alta (EDA) é o método de escolha para o diagnóstico do câncer de estômago. A EDA proporciona a visualização da lesão e a coleta de biópsias. 

Caso necessário, outros exames podem ser solicitados para diagnóstico e estadiamento, como a ultrassonografia endoscópica e tomografia computadorizada.

Alguns pacientes precisam realizar também a laparoscopia, um procedimento para estadiamento da doença.

Como funciona o tratamento do câncer de estômago?

O estadiamento do câncer de estômago irá definir o tratamento de escolha, que pode incluir ressecção endoscópica, gastrectomia com linfadenectomia, quimioterapia ou uma estratégia que combine diferentes abordagens. Publicamos os principais fatores a serem levados em consideração para optar por ressecção endoscópica. No entanto, a maioria dos pacientes não é candidato para o tratamento endoscópico e acaba necessitando de cirurgia. Antes da cirurgia, por vezes faz-se necessária a lavagem peritoneal diagnóstica, que consiste em coletar líquido da cavidade abdominal para investigar se há sinais de disseminação intrabdominal, antes de proceder a gastrectomia.