A regurgitação após as refeições é um incômodo comum, mas quando ela se torna um hábito repetitivo e involuntário, pode ser um sinal de algo mais sério: a síndrome de ruminação. Frequentemente confundida com refluxo, essa condição pouco conhecida pode causar grande sofrimento físico e emocional. Descubra neste artigo o que causa essa síndrome, como ela é diagnosticada e quais os tratamentos eficazes para retomar uma relação saudável com a alimentação.
A síndrome de ruminação, também conhecida como mericismo, é um distúrbio funcional em que a pessoa regurgita, de forma repetitiva e sem esforço, os alimentos que acabou de engolir. Essa regurgitação acontece geralmente logo após as refeições, e o alimento retorna à boca sem a presença de náusea ou de uma sensação de queimação, comum no refluxo. A pessoa pode então mastigar o alimento novamente, engoli-lo de novo ou cuspi-lo.
É importante notar que essa não é uma ação consciente ou voluntária, mas sim um reflexo ou um hábito que o corpo desenvolve. A síndrome afeta pessoas de todas as idades, desde bebês até adultos, e pode ser desencadeada por diversos fatores.
A principal característica da síndrome de ruminação é a regurgitação sem esforço. No entanto, existem outros sintomas que podem ajudar a identificar a condição:
A longo prazo, a síndrome de ruminação pode levar a complicações sérias como mau hálito, cáries, desgaste do esmalte dos dentes e, em casos mais graves, perda de peso e desnutrição. O impacto emocional também é significativo, levando a sentimentos de vergonha, ansiedade e isolamento social, já que muitos pacientes evitam comer em público.
Embora a regurgitação seja um sintoma de ambos os quadros, a síndrome de ruminação e o refluxo gastroesofágico são condições bem diferentes.
A melhor forma de diferenciar é buscar o diagnóstico de um médico, pois o tratamento para cada condição é completamente diferente.
O diagnóstico da síndrome de ruminação é feito, principalmente, por um médico especialista, como um gastroenterologista. Ele irá analisar o histórico de sintomas, que devem ter ocorrido por pelo menos um mês, e poderá solicitar exames para descartar outras doenças, como o refluxo ou gastroparesia.
O tratamento da síndrome foca na terapia comportamental, que ajuda o paciente a "desaprender" o hábito da regurgitação. Uma das técnicas mais comuns e eficazes é a terapia de respiração diafragmática, que ensina o paciente a controlar a pressão abdominal para evitar que o alimento suba. Em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser recomendado para aliviar os sintomas ou tratar condições coexistentes, como ansiedade.
O trabalho em conjunto com uma equipe multidisciplinar, incluindo psicólogos e nutricionistas, é fundamental para o sucesso do tratamento. A recuperação não é apenas sobre o sintoma físico, mas também sobre o restabelecimento da saúde mental e de uma relação tranquila com a comida.