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Síndrome de Ruminação: Entenda o que é, Sintomas e Tratamentos

Tempo de Leitura: 3 min
Atualizado em: 29/09/2025
Sumário

A regurgitação após as refeições é um incômodo comum, mas quando ela se torna um hábito repetitivo e involuntário, pode ser um sinal de algo mais sério: a síndrome de ruminação. Frequentemente confundida com refluxo, essa condição pouco conhecida pode causar grande sofrimento físico e emocional. Descubra neste artigo o que causa essa síndrome, como ela é diagnosticada e quais os tratamentos eficazes para retomar uma relação saudável com a alimentação.

O que é a Síndrome de Ruminação?

A síndrome de ruminação, também conhecida como mericismo, é um distúrbio funcional em que a pessoa regurgita, de forma repetitiva e sem esforço, os alimentos que acabou de engolir. Essa regurgitação acontece geralmente logo após as refeições, e o alimento retorna à boca sem a presença de náusea ou de uma sensação de queimação, comum no refluxo. A pessoa pode então mastigar o alimento novamente, engoli-lo de novo ou cuspi-lo.

É importante notar que essa não é uma ação consciente ou voluntária, mas sim um reflexo ou um hábito que o corpo desenvolve. A síndrome afeta pessoas de todas as idades, desde bebês até adultos, e pode ser desencadeada por diversos fatores.

Sintomas: Como identificar a síndrome?

A principal característica da síndrome de ruminação é a regurgitação sem esforço. No entanto, existem outros sintomas que podem ajudar a identificar a condição:

  • Regurgitação recorrente: Ocorre de forma repetida, geralmente logo após cada refeição.
  • Ausência de náusea e dor: Diferente do vômito, a regurgitação não vem acompanhada de ânsia ou desconforto.
  • Sabor do alimento: O alimento regurgitado não tem o sabor ácido do vômito, pois ele retorna à boca antes de ser totalmente processado pelo estômago.
  • Sintomas que aliviam após a regurgitação: Algumas pessoas sentem um alívio da pressão ou desconforto abdominal depois que o alimento retorna.

A longo prazo, a síndrome de ruminação pode levar a complicações sérias como mau hálito, cáries, desgaste do esmalte dos dentes e, em casos mais graves, perda de peso e desnutrição. O impacto emocional também é significativo, levando a sentimentos de vergonha, ansiedade e isolamento social, já que muitos pacientes evitam comer em público.

Ruminação x Refluxo: Qual a diferença?

Embora a regurgitação seja um sintoma de ambos os quadros, a síndrome de ruminação e o refluxo gastroesofágico são condições bem diferentes.

  • Refluxo: Acontece quando o ácido do estômago sobe para o esôfago, causando uma sensação de queimação (azia) no peito e na garganta. A regurgitação, quando ocorre, é ácida e pode ser acompanhada de outros sintomas como tosse seca e dor no peito. O refluxo está ligado a problemas físicos, como o mau funcionamento do esfíncter esofágico.
  • Ruminação: Ocorre por um aumento da pressão abdominal que causa o retorno do alimento, sem o esforço ou a acidez do refluxo. A síndrome de ruminação é considerada um distúrbio funcional e muitas vezes tem relação com fatores emocionais e psicológicos, como estresse e ansiedade.

A melhor forma de diferenciar é buscar o diagnóstico de um médico, pois o tratamento para cada condição é completamente diferente.

Diagnóstico e Tratamento: O caminho para a recuperação

O diagnóstico da síndrome de ruminação é feito, principalmente, por um médico especialista, como um gastroenterologista. Ele irá analisar o histórico de sintomas, que devem ter ocorrido por pelo menos um mês, e poderá solicitar exames para descartar outras doenças, como o refluxo ou gastroparesia.

O tratamento da síndrome foca na terapia comportamental, que ajuda o paciente a "desaprender" o hábito da regurgitação. Uma das técnicas mais comuns e eficazes é a terapia de respiração diafragmática, que ensina o paciente a controlar a pressão abdominal para evitar que o alimento suba. Em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser recomendado para aliviar os sintomas ou tratar condições coexistentes, como ansiedade.

O trabalho em conjunto com uma equipe multidisciplinar, incluindo psicólogos e nutricionistas, é fundamental para o sucesso do tratamento. A recuperação não é apenas sobre o sintoma físico, mas também sobre o restabelecimento da saúde mental e de uma relação tranquila com a comida.

Perguntas Frequentes:

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Dr. Francisco Tustumi
Sou Graduado em Medicina, fiz Residência Médica em Cirurgia Geral e Cirurgia do Aparelho Digestivo, Mestre em Ciências em Gastroenterologia e Doutorado em Ciências em Gastroenterologia, especialista em Habilitação e Qualificação em Cirurgia Oncológica do Aparelho Digestivo e em Cirurgia Bariátrica

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