As hérnias da parede abdominal são protrusões de conteúdo abdominal que surgem devido à fraqueza ou defeito da parede abdominal.
As principais hérnias da parede abdominal são as hérnias umbilicais, as hérnias epigástricas, as hérnias inguinais, as hérnias femorais e as hérnias incisionais. Nesse artigo, abordaremos a hérnia inguinal.
A região inguinal consiste no local na parede abdominal onde mais surgem hérnias. Os homens possuem maior chance de desenvolver hérnia inguinal do que as mulheres. Em torno de ⅔ das hérnias inguinais são indiretas.
As hérnias inguinais podem ter origens diferentes.
As hérnias inguinais indiretas ocorrem devido a um defeito congênito do fechamento do conduto peritoneovaginal, presente em até 20% dos adultos.
Já as hérnias inguinais diretas são aquelas adquiridas pelo enfraquecimento da parede posterior da região inguinal e é mais comum em idosos.
Fatores de risco para o desenvolvimento da hérnia inguinal são constipação, sintomas prostáticos, ascite, envelhecimento, tabagismo, doenças do tecido conectivo e doenças sistêmicas.
A hérnia inguinal pode ser assintomática, ou manifestar apenas como aumento de volume local.
Quando a dor está presente, esta geralmente está associada a esforços físicos.
Dor intensa e contínua associada à náuseas pode indicar encarceramento ou estrangulamento da hérnia inguinal, que deve ser abordada rapidamente.
Mesmo na ausência de massa visível na região inguinal, a hérnia inguinal também pode estar presente e ser identificada quando o paciente aumenta a pressão intra-abdominal intencionalmente, como na manobra de Valsalva.
O diagnóstico da hérnia inguinal se dá por meio do exame físico, que é mais fácil de ser realizado nos homens do que nas mulheres. Muitas vezes, não é possível distinguir o tipo de hérnia (indireta ou direta) ao exame físico. Ainda, hérnias muito pequenas também são difíceis de identificar, sendo necessário o uso de outros exames.
Caso haja dúvida quanto a presença de hérnia inguinal, pode-se realizar um ultrassom da parede abdominal.
A cirurgia é o principal tratamento utilizado para hérnia inguinal. A indicação da cirurgia depende de uma série de variáveis, incluindo sexo, idade e sintomas associados.
O uso de cintas para hérnia inguinal pode gerar um alívio sintomático e melhor estética, porém, não previnem nem diminuem o risco de encarceramento.
As técnicas cirúrgicas usadas no tratamento da hérnia inguinal consistem em reparos anteriores com uso de telas e reparos pré-peritoneais.
As complicações após a cirurgia são raras e incluem hematoma, infecção, edema, dor inguinal, entre outros.