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Hérnia de Hiato

Tempo de Leitura: 3 min
Atualizado em: 13/07/2023
Sumário

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) consiste no refluxo do conteúdo do estômago para o esôfago. A prevalência de DRGE vem aumentando em diversos países. Essa condição acomete principalmente pessoas jovens com idade entre 30 e 40 anos.

A hérnia de hiato é um defeito anatômico que favorece a ocorrência do refluxo. 

O que é a hérnia de hiato e o que a causa?

A hérnia de hiato consiste no deslizamento ou deslocamento do estômago pelo hiato esofágico, que é o espaço é uma abertura no diafragma onde o esôfago passa para o estômago. Até 15% da população normal e em torno de 63 a 94% dos pacientes com esofagite possuem hérnia de hiato.

Existem 4 tipos de hérnia de hiato:

  • Hérnia deslizante ou tipo I: a junção esofagogástrica (JEG) migra pelo hiato esofágico
  • Hérnia paraesofágica ou tipo II: herniação do fundo gástrico para dentro do tórax sem alteração da JEG
  • Hérnia mista ou tipo III: a JEG e o fundo gástrico migram pelo hiato esofágico
  • Quando outros órgãos além do estômago migram através do hiato diafragmático

Quais são os sintomas da hérnia de hiato?

A sensação de queimação retroesternal, também denominada pirose, é o principal sintoma da hérnia de hiato associada à DRGE, estando presente em mais de 60% dos pacientes.

O segundo sintoma mais comum é a regurgitação, que consiste no refluxo de material gástrico até a boca. A regurgitação é diferente do vômito, pois esta não está associada a náuseas nem a contração abdominal. 

A dificuldade para engolir pode estar presente em pacientes com esofagite grave hérnias de hiato grandes. Sempre que presente, esse sintoma deve ser investigado.

Outros sintomas que podem estar presentes na DRGE são dor torácica, tosse crônica, rouquidão, infecções respiratórias, entre outros. 

Como é o diagnóstico da DRGE?

A DRGE é diagnosticada por meio da história clínica, exame físico e exames complementares. A endoscopia digestiva alta (EDA) geralmente é necessária para a investigação e diagnóstico da DRGE.

A EDA permite identificar lesões esofágicas e complicações como ulceração, estenoses, esôfago de Barrett, úlcera péptica, hérnia de hiato e até carcinoma de esôfago.

Outros exames que podem ser solicitados são esofagografia baritada, pHmetria de 24 horas e impedanciometria.

Como funciona o tratamento da hérnia de hiato?

O tratamento clínico da DRGE consiste no uso de medicamentos e medidas comportamentais. Os principais fármacos utilizados no tratamento da DRGE são antiácidos, bloqueadores dos receptores H2, inibidores da bomba de prótons e bloqueadores de ácidos competitivos de potássio.

O tratamento cirúrgico da DRGE eventualmente demanda a correção da hérnia de hiato, que é feita com cirurgia. Os benefícios e riscos da cirurgia devem ser avaliados para cada paciente. 

Entre as principais indicações para o tratamento cirúrgico estão:

  • Persistência de sintomas relatados pelo paciente, sem observação de melhora significativa após o tratamento medicamentoso e/ou surgimento de complicações
  • Intolerância ou incapacidade de manter o tratamento medicamentoso
  • Necessidade de doses cada vez maiores de medicação, caracterizando doença progressiva
  • Presença de sintomas atípicos, com pHmetria evidenciando exposição esofágica ácida proximal acentuada
  • Necessidade de tratamento medicamentoso de longa duração, principalmente em jovens
  • Presença de hérnia hiatal grande (maior que 5 cm), refratária ao tratamento medicamentoso, ou com hérnia paraesofágica

Para hérnias grandes, ocasionalmente precisamos utilizar telas, como discutimos em uma de nossas publicações. Além disso, publicamos uma estratégia pioneira no mundo para hérnias de hiato gigantes: o uso da toxina botulínica (botox) antes de realizar a hiatoplastia.

Como funciona a cirurgia antirrefluxo?

A cirurgia antirrefluxo consiste na correção da hérnia de hiato para tratamento da DRGE. O objetivo da cirurgia é recuperar a barreira antirrefluxo natural. O procedimento visa a criação de uma válvula antirrefluxo e a aproximação ou plicatura dos pilares do diafragma, órgão muscular que separa o tórax do abdome.

Os procedimentos mais utilizados na cirurgia de correção da hérnia de hiato são a fundoplicatura a Nissen e a fundoplicatura a Toupet.

A dificuldade para engolir é a principal complicação possível. Outros sintomas que podem surgir incluem dificuldade para eructação, migração da válvula antirrefluxo e recidiva dos sintomas.

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Dr. Francisco Tustumi
Sou Graduado em Medicina, fiz Residência Médica em Cirurgia Geral e Cirurgia do Aparelho Digestivo, Mestre em Ciências em Gastroenterologia e Doutorado em Ciências em Gastroenterologia, especialista em Habilitação e Qualificação em Cirurgia Oncológica do Aparelho Digestivo e em Cirurgia Bariátrica

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