A gastrectomia consiste na retirada parcial ou total do estômago. Entre as principais indicações para realização da gastrectomia estão câncer, úlceras e obesidade.
A gastrectomia com ressecção linfonodal é o principal tratamento para o câncer gástrico e é principalmente indicada para tumores localmente avançados e que atingem os linfonodos. Para o caso específico de câncer, antes da gastrectomia, por vezes faz-se necessário realizar o lavado peritoneal. É um procedimento usualmente realizado por laparoscopia e consiste em coletar amostra de líquido peritoneal para investigar células cancerígenas disseminadas no abdome, conforme demonstramos em um estudo que realizamos.
Em caso de úlcera perfurada, obstrução piloro-duodenal, hemorragia e impossibilidade ou falha de tratamento clínico, pode-se indicar a gastrectomia para o tratamento da úlcera gástrica.
No caso de obesidade, a gastrectomia vertical (ou sleeve) é um tipo de cirurgia bariátrica e pode ser indicada para casos de obesidade severa com falha ao tratamento clínico.
Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), as principais indicações para a cirurgia bariátrica são um IMC acima de 40 kg/m² ou um IMC acima de 35 kg/m² com comorbidades associadas a obesidade.
Um estudo recente que realizamos demonstrou que a gastrectomia vertical tem eficácia equivalente ao bypass para o controle da esteatose hepática (gordura no fígado).
Os tipos de ressecções de tumores do estômago são gastrectomia distal e gastrectomia total. Pode-se também realizar ressecções combinadas envolvendo o esôfago e órgãos atingidos pelo tumor.
Na gastrectomia parcial é ressecada a porção distal do estômago e o trânsito gastrointestinal é reconstruído por meio da anastomose de alguma porção do intestino delgado proximal com o estômago restante.
Na gastrectomia total, o estômago é totalmente retirado e o trânsito gastrointestinal é reconstruído por meio da anastomose do jejuno com o esôfago distal.
Após a retirada do estômago, o jejuno, parte do intestino delgado, é seccionado e a boca distal é levada ao esôfago. A boca proximal é usada para a anastomose jejunojejunal em Y de Roux.
A gastrectomia pode ser realizada por via videolaparoscópica, que vem se mostrando superior à cirurgia convencional. Esse método está associado à menor tempo de cirurgia, menor tempo de internação, diminuição do sangramento e das complicações.
As condições esperadas após a gastrectomia são deficiência nutricional, restrições alimentares, perda de peso, vômitos, náuseas, dificuldade para engolir, refluxo e alterações emocionais.