A colecistite consiste na inflamação da vesícula biliar, órgão que possui a função de armazenar a bile, líquido produzido pelo fígado que age na digestão das gorduras. A bile produzida no fígado chega até a vesícula e ao intestino por meio dos canais biliares. A colecistite pode ser aguda ou crônica e ter diferentes causas, que veremos a seguir.
A colecistite aguda é uma inflamação da vesícula biliar causada principalmente pela obstrução do ducto cístico, um dos canais biliares, por cálculos (“pedras”) na vesícula. Outras causas de colecistite aguda incluem neoplasia da vesícula biliar, pólipos de vesícula biliar, parasitas ou corpos estranhos.
Já a colecistite crônica ocorre quando há episódios recorrentes de distensão e inflamação da vesícula biliar. A principal causa é a obstrução intermitente do ducto cístico por cálculos biliares.
Os sintomas de colecistite aguda incluem dor abdominal contínua na parte superior direita do abdome ou na região do epigástrio (“boca do estômago”) com irradiação em faixa para o dorso. Náuseas, vômitos e falta de apetite podem estar presentes.
Já pacientes com colecistite crônica podem apresentar dor biliar ou episódios intermitentes de dor ou desconforto na “boca do estômago” que podem ocorrer durante meses ou anos. Podem ocorrer também náuseas, vômitos e diminuição de apetite.
O diagnóstico da colecistite aguda é realizado com base na história clínica, exame físico e exames complementares de imagem e laboratoriais. Ao exame físico, o Sinal de Murphy pode estar presente, que consiste na parada da inspiração pela palpação dolorosa na parte superior direita do abdome.
Em pacientes que apresentam sintomas, os exames de imagem podem identificar alterações na vesícula que sugerem a presença de colecistite. Entre eles estão o ultrassom, a cintilografia e a colangioressonância.
Assim, segundo as Diretrizes de Tóquio para o diagnóstico de colecistite aguda, deve-se analisar:
Em caso de ausência de cálculos mesmo com história clínica sugestiva, pode-se sugerir o diagnóstico de colecistite crônica acalculosa.
O diagnóstico diferencial de colecistite aguda, ou seja, outras causas que podem causar sintomas semelhantes e que devem ser descartadas, envolve principalmente a hepatite aguda, cálculos urinários e outras causas de dor abdominal.
O tratamento da colecistite aguda consiste na retirada da vesícula biliar por via cirúrgica (colecistectomia), preferencialmente por videolaparoscopia.
O tratamento da colecistite aguda é norteado pelos guidelines de Tokyo. O uso de antibióticos também deve ser instituído para prevenir complicações infecciosas. Pacientes com colecistite aguda grave devem realizar tratamento inicial com antibióticos seguido de colecistectomia.
Já o tratamento da colecistite crônica com cálculos biliares consiste na colecistectomia eletiva.