O câncer de pâncreas é uma das neoplasias mais agressivas da medicina. Devido à sua localização profunda no abdômen e à ausência de sintomas específicos nas fases iniciais, ele costuma ser diagnosticado tardiamente, o que compromete significativamente as chances de cura. Neste artigo, você vai entender o que é o câncer de pâncreas, por que ele é tão perigoso, quais os fatores de risco, as formas de diagnóstico, opções de tratamento e como a ciência tem avançado na luta contra essa doença.
O pâncreas é um órgão localizado atrás do estômago, responsável por produzir enzimas que auxiliam na digestão e hormônios que controlam o açúcar no sangue, como a insulina. O câncer de pâncreas ocorre quando células desse órgão crescem de forma descontrolada, formando um tumor maligno.
O tipo mais comum é o adenocarcinoma ductal pancreático, que se origina nos ductos responsáveis por transportar as enzimas digestivas. Também existem outros tipos, como os tumores neuroendócrinos, menos frequentes e geralmente menos agressivos.
Esse câncer é considerado silencioso porque geralmente não causa sintomas nos estágios iniciais. Quando os sinais aparecem, o tumor já costuma estar avançado ou ter se espalhado para outros órgãos, como fígado e pulmões.
Além disso, o pâncreas está localizado profundamente no abdome, o que dificulta a detecção de alterações físicas. Isso faz com que o diagnóstico precoce seja raro.
O câncer de pâncreas possui uma das mais baixas taxas de sobrevida entre os tumores malignos. A taxa média de sobrevida em 5 anos, considerando todos os estágios, gira em torno de 5 a 10%. Se descoberto precocemente (quando o tumor ainda é ressecável), a chance de cura pode chegar a 30% a 40%.
No Brasil, o câncer de pâncreas está entre as 10 principais causas de morte por câncer, e subiu da 11ª para a 6ª posição nos últimos 20 anos. O aumento da expectativa de vida, do sedentarismo e do diabetes tipo 2 são fatores que contribuem para essa tendência.
Alguns fatores estão associados ao aumento do risco de desenvolver câncer de pâncreas:
Os sintomas iniciais costumam ser inespecíficos. Conforme o tumor cresce, alguns sinais podem ficar mais nítidos:
O diagnóstico geralmente envolve uma combinação de exames clínicos e de imagem. Os principais exames são:
Em casos suspeitos, exames de sangue como o marcador tumoral CA 19-9 também podem ser solicitados, embora não sejam suficientes para diagnóstico isolado.
O tratamento depende do estágio da doença, localização do tumor e condições clínicas do paciente. As opções incluem:
Nos últimos anos, novos esquemas de quimioterapia, testes genéticos e terapias-alvo têm melhorado o tratamento do câncer de pâncreas. Estudos com imunoterapia e detecção precoce estão em andamento, trazendo esperança para o futuro.
O câncer de pâncreas é uma doença séria, com alta taxa de mortalidade, mas que pode ter melhores desfechos se diagnosticado precocemente. Estar atento aos fatores de risco e procurar avaliação médica diante de sintomas persistentes é fundamental.
Se você tem histórico familiar ou fatores de risco, converse com seu médico sobre estratégias de rastreamento. Informação e vigilância são as melhores armas contra essa doença.