Aprenda tudo sobre hérnia umbilical neste guia completo. Descubra o que é hérnia umbilical, as causas em bebês e adultos, e como identificar os sintomas de hérnia no umbigo. Entenda os sinais de alerta para buscar ajuda médica urgente. Explicamos o diagnóstico, os tipos de tratamento disponíveis (incluindo a cirurgia de hérnia) e compartilhamos dicas essenciais para a recuperação e prevenção da condição. Fique bem informado e cuide da sua saúde.
Você já notou uma "bolinha" ou saliência perto do umbigo, em você ou em alguém que conhece? Essa protuberância pode ser uma hérnia umbilical. Em termos simples, uma hérnia umbilical ocorre quando uma parte do intestino ou gordura abdominal "escapa" através de uma pequena abertura ou área de fraqueza na parede muscular do abdômen, que normalmente protege nossos órgãos internos. É como se houvesse um pequeno "buraco" ou um ponto mais frágil na musculatura ao redor do umbigo, permitindo que algo que deveria ficar dentro da cavidade abdominal se projete para fora.
Essa condição é surpreendentemente comum. Estima-se que a hérnia umbilical esteja presente em até 30% das crianças, sendo ainda mais frequente em bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer. No entanto, não é uma condição exclusiva da infância; aproximadamente 2% a 3% da população adulta também pode desenvolvê-la. A compreensão de que essa condição se manifesta de forma diferente em bebês e adultos é fundamental. Para os pequenos, muitas vezes representa uma questão de desenvolvimento que tende a se resolver naturalmente, enquanto nos adultos, ela surge de vulnerabilidades adquiridas, o que direciona abordagens distintas para prevenção e tratamento.
É comum a confusão de hérnia com diástase. Diástase é a separação dos músculos abdominais, enquanto hérnia é a protrusão de tecido através de uma abertura na parede abdominal enfraquecida. No entanto, é comum a presença das duas condições de forma simultânea.
As causas da hérnia umbilical variam significativamente entre bebês e adultos, refletindo diferentes mecanismos de formação.
Em bebês, a origem da hérnia umbilical está ligada ao desenvolvimento fetal. Durante a gravidez, o cordão umbilical passa por uma pequena abertura nos músculos abdominais, conhecida como anel umbilical. Idealmente, essa abertura se fecha completamente após o nascimento. Contudo, às vezes a abertura não se fecha de forma integral e cria-se uma área de fraqueza que pode permitir a formação da hérnia umbilical. Geralmente, essa condição não é motivo de grande preocupação e, na maioria dos casos, a hérnia desaparece sozinha à medida que a criança cresce, muitas vezes até os 3 ou 4 anos de idade.
Já em adultos, a formação da hérnia umbilical está mais frequentemente associada a fatores que provocam um aumento da pressão dentro do abdômen. Pense nisso como um "efeito panela de pressão": qualquer coisa que force os órgãos contra a parede abdominal pode encontrar e explorar um ponto fraco existente. As causas mais comuns incluem:
A distinção entre as causas em bebês e adultos é crucial para entender o prognóstico e as opções de tratamento. Enquanto nas crianças a hérnia é frequentemente uma anomalia benigna que se resolve por si só, nos adultos, ela geralmente representa uma falha na integridade dos tecidos, que tende a ser progressiva e menos propensa a desaparecer espontaneamente. Essa diferença fundamental orienta a decisão médica sobre a necessidade e a urgência da intervenção.
O sinal mais comum de uma hérnia umbilical é a própria saliência ou "bolinha" que aparece ao redor ou no umbigo. Essa protuberância geralmente é indolor e maleável ao toque, e muitas vezes é possível empurrá-la de volta para dentro do abdômen com uma leve pressão, ou ela pode desaparecer espontaneamente quando a pessoa deita ou relaxa. A característica mais notável dessa saliência é sua natureza dinâmica: ela pode ficar mais evidente e proeminente ao realizar esforços que aumentam a pressão abdominal, como chorar, tossir, rir, fazer força para evacuar ou levantar pesos. Essa variação na visibilidade ocorre porque o "buraco" na parede abdominal permite que o conteúdo se projete para fora sob pressão e recue quando a pressão diminui.
Embora a manifestação principal seja a mesma, a experiência dos sintomas pode diferir entre bebês e adultos:
Em Bebês: Na maioria dos casos, as hérnias umbilicais em bebês não causam dor ou outros sintomas, sendo percebidas apenas pela saliência visível.
Em Adultos: Em adultos, a hérnia pode causar desconforto abdominal, dor na região do umbigo (especialmente durante esforços), ou uma sensação de enjoo e náusea. É importante notar que, em alguns casos, a hérnia umbilical em adultos pode ser assintomática e ser descoberta apenas durante um exame físico de rotina. A presença de dor ou desconforto em adultos, mesmo que leve, pode indicar um risco basal maior de complicações futuras, o que justifica uma avaliação médica mais atenta.
Embora muitas hérnias umbilicais, especialmente em bebês, sejam benignas e não causem problemas, algumas podem evoluir para complicações sérias que exigem atenção médica de urgência. O maior risco ocorre quando o conteúdo da hérnia (como uma alça do intestino ou gordura) fica "preso" na abertura da parede abdominal, uma condição chamada encarceramento. Se o fluxo sanguíneo para esse tecido preso for interrompido, a situação se torna uma hérnia estrangulada, que é uma emergência médica grave. Sem suprimento de sangue, o tecido pode morrer (necrose), levando a uma infecção generalizada na cavidade abdominal (peritonite), que pode ser fatal.
É fundamental reconhecer os sinais de alerta que indicam uma complicação e a necessidade de procurar um médico imediatamente, tanto para bebês quanto para adultos:
Dor intensa e persistente: Uma dor forte ou que piora na região da hérnia, especialmente ao toque ou ao fazer qualquer esforço.
Esses sinais são cruciais porque indicam uma progressão de uma condição potencialmente benigna para uma situação de risco de vida. A dor intensa e a mudança de cor, por exemplo, são alertas diretos de que o tecido pode estar sofrendo por falta de sangue. Nesses casos, a ação imediata é vital para evitar danos irreversíveis e complicações graves. Para facilitar a identificação, veja os principais sinais de alerta:
Sinais de Alerta de Hérnia Umbilical Complicada
Diagnóstico e Tratamento: O Que Esperar?
O diagnóstico da hérnia umbilical é geralmente simples e rápido. Na maioria dos casos, ele é feito por um médico através de um exame físico. Durante a consulta, o profissional irá observar e apalpar a região do umbigo, avaliando a presença da saliência e sua capacidade de retornar para dentro do abdômen. Em algumas situações, para avaliar a extensão da hérnia ou verificar a existência de complicações, exames de imagem como a ultrassonografia abdominal ou o raio-X abdominal podem ser solicitados.
As abordagens de tratamento variam consideravelmente, principalmente com base na idade do paciente e na gravidade da condição:
Tratamento em Bebês: A boa notícia é que a maioria das hérnias umbilicais em bebês fecha espontaneamente até os 3 ou 4 anos de idade, sem a necessidade de qualquer intervenção médica. Nesses casos, o médico pode optar por um acompanhamento cuidadoso, observando a evolução da hérnia. Essa abordagem de "esperar para ver" é segura porque as complicações em bebês são raras.
Tratamento em Adultos e Casos Específicos em Crianças:
Em muitos casos, especialmente em adultos ou para hérnias maiores, uma tela cirúrgica pode ser utilizada para reforçar a área enfraquecida da parede abdominal e reduzir significativamente o risco de a hérnia retornar. Essa tela atua como um reforço estrutural, abordando a fraqueza que permitiu a formação da hérnia. Ao contrário da hérnia inguinal, em que o uso de tela é sempre necessário, o uso de tela é individualizado na hérnia umbilical pequena. Hérnias umbilicais moderadas ou grandes sempre exigem o uso de tela.
A recuperação da cirurgia de hérnia umbilical é geralmente simples. Atividades leves podem ser retomadas em poucos dias, mas é crucial evitar exercícios intensos e levantar pesos por um período de 4 a 8 semanas, dependendo do tamanho da hérnia e da técnica cirúrgica utilizada.
Embora nem todas as hérnias umbilicais possam ser prevenidas, especialmente as que surgem em bebês devido a fatores de desenvolvimento, em adultos, muitas vezes é possível reduzir significativamente os fatores de risco. A chave para a prevenção em adultos reside na gestão da pressão intra-abdominal, que é a força exercida sobre a parede do abdômen. Ao controlar essa pressão, diminuímos a probabilidade de que os órgãos internos "escapem" por um ponto fraco.
Aqui estão algumas dicas práticas para ajudar a prevenir o aparecimento de hérnias umbilicais em adultos:
Adotar essas práticas não apenas ajuda a prevenir hérnias, mas também contribui para a saúde geral do corpo. A prevenção da hérnia umbilical está intrinsecamente ligada a um estilo de vida saudável, onde a atenção à dieta, ao peso, à atividade física e ao manejo de condições crônicas se traduz em benefícios amplos para o bem-estar.
A hérnia umbilical é uma condição comum, que pode ter origens distintas e desfechos variados, sendo frequentemente benigna em bebês e exigindo mais atenção em adultos. O mais importante é estar atento aos sinais do seu corpo e não subestimar qualquer alteração.
Se você notar uma saliência no umbigo, em você ou em alguém próximo, ou se sentir qualquer um dos sintomas de alerta que discutimos – como dor intensa, mudança de cor da protuberância, náuseas ou vômitos – não hesite. Procure um médico especialista o mais rápido possível. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações sérias e garantir sua saúde e bem-estar. Lembre-se, cuidar da sua saúde é uma prioridade, e buscar ajuda profissional é o primeiro passo para um tratamento eficaz e uma recuperação tranquila.
É uma saliência que surge no umbigo quando parte do intestino ou gordura abdominal passa por uma abertura ou área enfraquecida da parede abdominal.
Nos bebês, afeta até 30% — especialmente prematuros e de baixo peso — e costuma desaparecer até os 3 ou 4 anos. Nos adultos, afeta cerca de 2% a 3% da população e tende a exigir tratamento.
Obesidade, gestações múltiplas, esforço físico intenso, tosse crônica, constipação e cirurgias abdominais anteriores.
Dor intensa, mudança de cor da saliência (vermelha, roxa ou escura), inchaço súbito, náuseas, vômitos, prisão de ventre ou febre. Esses sintomas podem indicar uma hérnia estrangulada.
Não. Em bebês, muitas vezes ela se fecha sozinha. Já em adultos, a cirurgia é indicada quando há sintomas, risco de complicações ou hérnias maiores. O uso de tela cirúrgica pode reforçar a parede abdominal e reduzir recidivas.