Aparelho Digestivo - Dr. Francisco Tustumi https://franciscotustumi.com.br Cirurgia Geral e Cirurgia do Aparelho Digestivo Mon, 15 Sep 2025 17:00:53 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 https://franciscotustumi.com.br/wp-content/uploads/2023/01/favicon-150x150.jpg Aparelho Digestivo - Dr. Francisco Tustumi https://franciscotustumi.com.br 32 32 Refluxo Laringofaríngeo: O Que é, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento https://franciscotustumi.com.br/refluxo-laringofaringeo-o-que-e-sintomas-diagnostico-e-tratamento/ https://franciscotustumi.com.br/refluxo-laringofaringeo-o-que-e-sintomas-diagnostico-e-tratamento/#respond Mon, 15 Sep 2025 17:00:53 +0000 https://franciscotustumi.com.br/?p=1195 O refluxo laringofaríngeo, também chamado de refluxo silencioso, é uma condição em que o ácido do estômago atinge a garganta e a laringe, provocando inflamação, sintomas respiratórios e problemas de voz. Nesta página, você vai entender o que é a laringe e como ela funciona, quais os mecanismos que causam o refluxo por microaspiração, quais são os principais sintomas (como rouquidão, tosse, pigarro e até crises de asma), de que forma o diagnóstico é feito por exames como laringoscopia e endoscopia, quais os tratamentos disponíveis (mudanças de hábitos, medicações e cirurgia nos casos mais graves) e como cuidar da saúde da voz e da respiração a longo prazo.

O que é o refluxo laringofaríngeo

O refluxo laringofaríngeo ocorre quando o ácido e outras substâncias do estômago ultrapassam o esôfago e chegam à garganta e à laringe. Como essas estruturas não estão preparadas para lidar com o ácido, até pequenas quantidades podem causar irritação e inflamação. Diferente do refluxo gastroesofágico, em que o sintoma típico é a azia, o refluxo laringofaríngeo muitas vezes não provoca queimação, sendo chamado de “refluxo silencioso”.

O que é a laringe e por que ela é importante?

A laringe é um órgão localizado no pescoço, entre a faringe e a traqueia. Suas funções principais são proteger as vias aéreas contra a entrada de alimentos e líquidos, permitir a passagem do ar para os pulmões e produzir a voz. Como sua mucosa é delicada, qualquer contato com ácido pode levar à inflamação e a lesões que comprometem a fala e a respiração.

Como o refluxo laringofaríngeo acontece?

O problema surge porque os esfíncteres que controlam a entrada e saída do esôfago podem não funcionar adequadamente, permitindo que o conteúdo gástrico ultrapasse suas barreiras. No refluxo laringofaríngeo, ocorre um fenômeno chamado microaspiração, em que pequenas quantidades de ácido atingem a garganta e até as vias respiratórias. Fatores de risco incluem obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool e café, refeições noturnas e presença de hérnia de hiato.

Principais sintomas

Os sintomas variam, mas frequentemente incluem:

  • Rouquidão ou voz fraca
  • Tosse crônica, muitas vezes seca
  • Pigarro frequente
  • Sensação de “bolo na garganta” (globus)
  • Dor ou irritação na garganta
  • Produção excessiva de muco
  • Crises de asma ou piora de quadros respiratórios já existentes

Em pessoas asmáticas, o refluxo pode dificultar o controle da doença e aumentar a frequência de crises.

Diagnóstico

O diagnóstico do refluxo laringofaríngeo envolve avaliação clínica e exames complementares, como:

Tratamento

Mudanças de hábitos:

  • Evitar deitar logo após comer
  • Elevar a cabeceira da cama
  • Reduzir consumo de café, álcool, comidas gordurosas ou muito ácidas
  • Perder peso, se necessário
  • Parar de fumar

Medicamentos:

  • Inibidores de bomba de prótons (IBP) para reduzir ácido
  • Bloqueadores H2 em alguns casos
  • Protetores de mucosa

Cirurgia:

Quando os sintomas não melhoram com medidas clínicas ou há hérnia de hiato importante, pode-se indicar a cirurgia antirrefluxo (fundoplicatura), que reforça o esfíncter e reduz a ocorrência de refluxo.

Conclusão

O refluxo laringofaríngeo é uma condição comum, mas muitas vezes negligenciada, que pode afetar não apenas a garganta e a voz, mas também a saúde respiratória, especialmente em pacientes com asma. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar complicações e melhorar a qualidade de vida. Com mudanças de hábitos, medicamentos e, em alguns casos, cirurgia, é possível controlar os sintomas e proteger a saúde da laringe e das vias respiratórias. Se você apresenta sintomas persistentes como rouquidão, pigarro ou tosse crônica, procure orientação médica para investigação e tratamento.

Perguntas Frequentes:

O que é refluxo laringofaríngeo e por que é chamado de “refluxo silencioso”?

É quando o ácido do estômago chega à garganta e à laringe, causando inflamação sem provocar a azia típica do refluxo gastroesofágico.

Quais são os principais sintomas do refluxo laringofaríngeo?

Rouquidão, tosse crônica, pigarro, sensação de bolo na garganta, dor ou irritação na garganta, excesso de muco e até crises de asma.

Como o refluxo laringofaríngeo é diagnosticado?

Com avaliação clínica e exames como laringoscopia, endoscopia digestiva alta, pHmetria e manometria esofágica, que identificam inflamação e refluxo.

O tratamento sempre exige cirurgia?

Não. Na maioria dos casos, começa com mudanças de hábitos e medicamentos. A cirurgia só é indicada quando o tratamento clínico não resolve ou há hérnia de hiato relevante.

O refluxo laringofaríngeo pode afetar a voz e a respiração?

Sim. Ele pode causar rouquidão, irritação nas cordas vocais e até piorar quadros respiratórios, especialmente em pessoas com asma.

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Entendendo a Hérnia Umbilical: Um Guia Completo  https://franciscotustumi.com.br/entendendo-a-hernia-umbilical-um-guia-completo/ https://franciscotustumi.com.br/entendendo-a-hernia-umbilical-um-guia-completo/#respond Mon, 08 Sep 2025 12:58:07 +0000 https://franciscotustumi.com.br/?p=1184 Aprenda tudo sobre hérnia umbilical neste guia completo. Descubra o que é hérnia umbilical, as causas em bebês e adultos, e como identificar os sintomas de hérnia no umbigo. Entenda os sinais de alerta para buscar ajuda médica urgente. Explicamos o diagnóstico, os tipos de tratamento disponíveis (incluindo a cirurgia de hérnia) e compartilhamos dicas essenciais para a recuperação e prevenção da condição. Fique bem informado e cuide da sua saúde.

O Que é Hérnia Umbilical?

Você já notou uma "bolinha" ou saliência perto do umbigo, em você ou em alguém que conhece? Essa protuberância pode ser uma hérnia umbilical. Em termos simples, uma hérnia umbilical ocorre quando uma parte do intestino ou gordura abdominal "escapa" através de uma pequena abertura ou área de fraqueza na parede muscular do abdômen, que normalmente protege nossos órgãos internos. É como se houvesse um pequeno "buraco" ou um ponto mais frágil na musculatura ao redor do umbigo, permitindo que algo que deveria ficar dentro da cavidade abdominal se projete para fora.

Essa condição é surpreendentemente comum. Estima-se que a hérnia umbilical esteja presente em até 30% das crianças, sendo ainda mais frequente em bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer. No entanto, não é uma condição exclusiva da infância; aproximadamente 2% a 3% da população adulta também pode desenvolvê-la. A compreensão de que essa condição se manifesta de forma diferente em bebês e adultos é fundamental. Para os pequenos, muitas vezes representa uma questão de desenvolvimento que tende a se resolver naturalmente, enquanto nos adultos, ela surge de vulnerabilidades adquiridas, o que direciona abordagens distintas para prevenção e tratamento.

É comum a confusão de hérnia com diástase. Diástase é a separação dos músculos abdominais, enquanto hérnia é a protrusão de tecido através de uma abertura na parede abdominal enfraquecida. No entanto, é comum a presença das duas condições de forma simultânea. 

Causas: Por Que Acontece?

As causas da hérnia umbilical variam significativamente entre bebês e adultos, refletindo diferentes mecanismos de formação.

Em bebês, a origem da hérnia umbilical está ligada ao desenvolvimento fetal. Durante a gravidez, o cordão umbilical passa por uma pequena abertura nos músculos abdominais, conhecida como anel umbilical. Idealmente, essa abertura se fecha completamente após o nascimento. Contudo, às vezes a abertura não se fecha de forma integral e cria-se uma área de fraqueza que pode permitir a formação da hérnia umbilical. Geralmente, essa condição não é motivo de grande preocupação e, na maioria dos casos, a hérnia desaparece sozinha à medida que a criança cresce, muitas vezes até os 3 ou 4 anos de idade.

Já em adultos, a formação da hérnia umbilical está mais frequentemente associada a fatores que provocam um aumento da pressão dentro do abdômen. Pense nisso como um "efeito panela de pressão": qualquer coisa que force os órgãos contra a parede abdominal pode encontrar e explorar um ponto fraco existente. As causas mais comuns incluem:

  • Obesidade e excesso de peso: O peso extra exerce uma pressão constante e significativa sobre a parede abdominal, aumentando o risco de formação de hérnias;
  • Gravidez: Especialmente gestações múltiplas, que esticam e enfraquecem os músculos abdominais devido ao aumento do volume e da pressão;
  • Esforço físico intenso ou levantar pesos: Atividades que demandam grande esforço físico podem elevar drasticamente a pressão intra-abdominal, contribuindo para o surgimento da hérnia;
  • Tosse crônica: Condições como a tosse persistente, comum em fumantes ou em doenças pulmonares crônicas, geram picos repetidos de pressão no abdômen;
  • Constipação (prisão de ventre): O esforço para evacuar também aumenta a pressão na região abdominal;
  • Cirurgias abdominais prévias: Procedimentos cirúrgicos anteriores no abdômen podem deixar a parede muscular enfraquecida, tornando-a mais suscetível à formação de hérnias.

A distinção entre as causas em bebês e adultos é crucial para entender o prognóstico e as opções de tratamento. Enquanto nas crianças a hérnia é frequentemente uma anomalia benigna que se resolve por si só, nos adultos, ela geralmente representa uma falha na integridade dos tecidos, que tende a ser progressiva e menos propensa a desaparecer espontaneamente. Essa diferença fundamental orienta a decisão médica sobre a necessidade e a urgência da intervenção.

Sintomas: Como Identificar?

O sinal mais comum de uma hérnia umbilical é a própria saliência ou "bolinha" que aparece ao redor ou no umbigo. Essa protuberância geralmente é indolor e maleável ao toque, e muitas vezes é possível empurrá-la de volta para dentro do abdômen com uma leve pressão, ou ela pode desaparecer espontaneamente quando a pessoa deita ou relaxa. A característica mais notável dessa saliência é sua natureza dinâmica: ela pode ficar mais evidente e proeminente ao realizar esforços que aumentam a pressão abdominal, como chorar, tossir, rir, fazer força para evacuar ou levantar pesos. Essa variação na visibilidade ocorre porque o "buraco" na parede abdominal permite que o conteúdo se projete para fora sob pressão e recue quando a pressão diminui.

Embora a manifestação principal seja a mesma, a experiência dos sintomas pode diferir entre bebês e adultos:

Em Bebês: Na maioria dos casos, as hérnias umbilicais em bebês não causam dor ou outros sintomas, sendo percebidas apenas pela saliência visível. 

Em Adultos: Em adultos, a hérnia pode causar desconforto abdominal, dor na região do umbigo (especialmente durante esforços), ou uma sensação de enjoo e náusea. É importante notar que, em alguns casos, a hérnia umbilical em adultos pode ser assintomática e ser descoberta apenas durante um exame físico de rotina. A presença de dor ou desconforto em adultos, mesmo que leve, pode indicar um risco basal maior de complicações futuras, o que justifica uma avaliação médica mais atenta.

Sinais de Alerta: Quando Procurar um Médico Urgente?

Embora muitas hérnias umbilicais, especialmente em bebês, sejam benignas e não causem problemas, algumas podem evoluir para complicações sérias que exigem atenção médica de urgência. O maior risco ocorre quando o conteúdo da hérnia (como uma alça do intestino ou gordura) fica "preso" na abertura da parede abdominal, uma condição chamada encarceramento. Se o fluxo sanguíneo para esse tecido preso for interrompido, a situação se torna uma hérnia estrangulada, que é uma emergência médica grave. Sem suprimento de sangue, o tecido pode morrer (necrose), levando a uma infecção generalizada na cavidade abdominal (peritonite), que pode ser fatal.

É fundamental reconhecer os sinais de alerta que indicam uma complicação e a necessidade de procurar um médico imediatamente, tanto para bebês quanto para adultos:

Dor intensa e persistente: Uma dor forte ou que piora na região da hérnia, especialmente ao toque ou ao fazer qualquer esforço.

  • Mudança na cor da protuberância: Se a "bolinha" no umbigo ficar vermelha, roxa ou escura, isso é um sinal crítico de que o fluxo sanguíneo pode estar comprometido (estrangulamento).
  • Aumento súbito e significativo do inchaço na região: Um aumento repentino e grande da protuberância.
  • Impossibilidade de empurrar a hérnia de volta para dentro: Se a protuberância não retornar à cavidade abdominal com uma leve pressão ou quando a pessoa deita.
  • Náuseas e vômitos: Sintomas gastrointestinais podem indicar que o intestino está preso ou obstruído.
  • Alterações no funcionamento intestinal: Parada dos movimentos intestinais com obstipação (prisão de ventre) ou, em alguns casos, diarreia.
  • Febre: A presença de febre pode indicar uma infecção.

Esses sinais são cruciais porque indicam uma progressão de uma condição potencialmente benigna para uma situação de risco de vida. A dor intensa e a mudança de cor, por exemplo, são alertas diretos de que o tecido pode estar sofrendo por falta de sangue. Nesses casos, a ação imediata é vital para evitar danos irreversíveis e complicações graves. Para facilitar a identificação, veja os principais sinais de alerta:

Sinais de Alerta de Hérnia Umbilical Complicada

  • Dor intensa ou que piora na região da hérnia
  • Mudança de cor da "bolinha" (vermelha, roxa, escura)
  • Inchaço grande e súbito
  • Não consegue empurrar a hérnia para dentro
  • Náuseas e vômitos
  • Prisão de ventre ou diarreia intensa
  • Febre

Diagnóstico e Tratamento: O Que Esperar?

O diagnóstico da hérnia umbilical é geralmente simples e rápido. Na maioria dos casos, ele é feito por um médico através de um exame físico. Durante a consulta, o profissional irá observar e apalpar a região do umbigo, avaliando a presença da saliência e sua capacidade de retornar para dentro do abdômen. Em algumas situações, para avaliar a extensão da hérnia ou verificar a existência de complicações, exames de imagem como a ultrassonografia abdominal ou o raio-X abdominal podem ser solicitados.

As abordagens de tratamento variam consideravelmente, principalmente com base na idade do paciente e na gravidade da condição:

Tratamento em Bebês: A boa notícia é que a maioria das hérnias umbilicais em bebês fecha espontaneamente até os 3 ou 4 anos de idade, sem a necessidade de qualquer intervenção médica. Nesses casos, o médico pode optar por um acompanhamento cuidadoso, observando a evolução da hérnia. Essa abordagem de "esperar para ver" é segura porque as complicações em bebês são raras.

Tratamento em Adultos e Casos Específicos em Crianças:

  • Cinta/Faixa: Em alguns casos, o uso de uma cinta ou faixa abdominal pode ser recomendado para ajudar a conter a protuberância. No entanto, é importante entender que essa medida não corrige o problema subjacente da fraqueza na parede abdominal; ela apenas oferece um suporte temporário.
  • Cirurgia (Herniorrafia): A cirurgia é o tratamento definitivo para a hérnia umbilical, especialmente para adultos ou quando a hérnia causa sintomas, é grande, ou apresenta risco de complicações como o encarceramento ou estrangulamento. O objetivo do procedimento é reposicionar o conteúdo que se projetou para fora e fechar a abertura na parede abdominal. A cirurgia pode ser realizada de diferentes formas:
    • Cirurgia aberta: O método mais tradicional, que envolve uma pequena incisão na região do umbigo.
    • Cirurgia laparoscópica ou robótica: Uma abordagem minimamente invasiva, onde o cirurgião faz pequenas incisões e utiliza uma câmera e instrumentos especiais para reparar a hérnia. Essa técnica geralmente resulta em menos dor pós-operatória e uma recuperação mais rápida.

Em muitos casos, especialmente em adultos ou para hérnias maiores, uma tela cirúrgica pode ser utilizada para reforçar a área enfraquecida da parede abdominal e reduzir significativamente o risco de a hérnia retornar. Essa tela atua como um reforço estrutural, abordando a fraqueza que permitiu a formação da hérnia. Ao contrário da hérnia inguinal, em que o uso de tela é sempre necessário, o uso de tela é individualizado na hérnia umbilical pequena. Hérnias umbilicais moderadas ou grandes sempre exigem o uso de tela. 

A recuperação da cirurgia de hérnia umbilical é geralmente simples. Atividades leves podem ser retomadas em poucos dias, mas é crucial evitar exercícios intensos e levantar pesos por um período de 4 a 8 semanas, dependendo do tamanho da hérnia e da técnica cirúrgica utilizada. 

Prevenção: É Possível Evitar?

Embora nem todas as hérnias umbilicais possam ser prevenidas, especialmente as que surgem em bebês devido a fatores de desenvolvimento, em adultos, muitas vezes é possível reduzir significativamente os fatores de risco. A chave para a prevenção em adultos reside na gestão da pressão intra-abdominal, que é a força exercida sobre a parede do abdômen. Ao controlar essa pressão, diminuímos a probabilidade de que os órgãos internos "escapem" por um ponto fraco.

Aqui estão algumas dicas práticas para ajudar a prevenir o aparecimento de hérnias umbilicais em adultos:

  • Manter um peso saudável: A obesidade é um dos principais fatores de risco, pois o excesso de peso mantém a parede abdominal sob constante pressão. Controlar o peso corporal é uma das medidas mais eficazes para reduzir essa tensão.
  • Evitar esforço excessivo: Tenha muito cuidado ao levantar pesos. Use a postura correta, dobrando os joelhos e mantendo a coluna reta, e evite sobrecarregar a região abdominal. Se o trabalho ou a rotina exigirem levantamento de peso, procure orientação profissional para aprender as técnicas adequadas.
  • Tratar condições que aumentam a pressão abdominal:
    • Tosse crônica: Se você tem tosse persistente, procure um médico para investigar a causa e tratá-la. Parar de fumar, por exemplo, pode eliminar uma causa comum de tosse crônica.
    • Constipação (prisão de ventre): O esforço para evacuar pode aumentar a pressão no abdômen. Uma dieta rica em fibras, boa hidratação e, se necessário, o uso de laxantes sob orientação médica podem ajudar a regular o intestino.
  • Fortalecer os músculos abdominais: Exercícios que fortalecem o "core" (músculos do abdômen e da lombar) podem ajudar a manter a parede abdominal mais resistente. No entanto, é fundamental que esses exercícios sejam realizados sob orientação de um profissional para evitar sobrecargas e lesões.

Adotar essas práticas não apenas ajuda a prevenir hérnias, mas também contribui para a saúde geral do corpo. A prevenção da hérnia umbilical está intrinsecamente ligada a um estilo de vida saudável, onde a atenção à dieta, ao peso, à atividade física e ao manejo de condições crônicas se traduz em benefícios amplos para o bem-estar.

Conclusão: Mensagem Final

A hérnia umbilical é uma condição comum, que pode ter origens distintas e desfechos variados, sendo frequentemente benigna em bebês e exigindo mais atenção em adultos. O mais importante é estar atento aos sinais do seu corpo e não subestimar qualquer alteração.

Se você notar uma saliência no umbigo, em você ou em alguém próximo, ou se sentir qualquer um dos sintomas de alerta que discutimos – como dor intensa, mudança de cor da protuberância, náuseas ou vômitos – não hesite. Procure um médico especialista o mais rápido possível. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações sérias e garantir sua saúde e bem-estar. Lembre-se, cuidar da sua saúde é uma prioridade, e buscar ajuda profissional é o primeiro passo para um tratamento eficaz e uma recuperação tranquila.

Perguntas Frequentes:

O que é uma hérnia umbilical?

É uma saliência que surge no umbigo quando parte do intestino ou gordura abdominal passa por uma abertura ou área enfraquecida da parede abdominal.

A hérnia umbilical é mais comum em bebês ou adultos?

Nos bebês, afeta até 30% — especialmente prematuros e de baixo peso — e costuma desaparecer até os 3 ou 4 anos. Nos adultos, afeta cerca de 2% a 3% da população e tende a exigir tratamento.

Quais são as principais causas da hérnia umbilical em adultos?

Obesidade, gestações múltiplas, esforço físico intenso, tosse crônica, constipação e cirurgias abdominais anteriores.

Quais sinais indicam a necessidade de procurar um médico com urgência?

Dor intensa, mudança de cor da saliência (vermelha, roxa ou escura), inchaço súbito, náuseas, vômitos, prisão de ventre ou febre. Esses sintomas podem indicar uma hérnia estrangulada.

A hérnia umbilical sempre precisa de cirurgia?

Não. Em bebês, muitas vezes ela se fecha sozinha. Já em adultos, a cirurgia é indicada quando há sintomas, risco de complicações ou hérnias maiores. O uso de tela cirúrgica pode reforçar a parede abdominal e reduzir recidivas.

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H. pylori: a bactéria silenciosa que pode estar associada a câncer no estômago https://franciscotustumi.com.br/h-pylori-a-bacteria-silenciosa-que-pode-estar-associada-a-cancer-no-estomago/ https://franciscotustumi.com.br/h-pylori-a-bacteria-silenciosa-que-pode-estar-associada-a-cancer-no-estomago/#respond Mon, 25 Aug 2025 13:04:03 +0000 https://franciscotustumi.com.br/?p=1172 O Helicobacter pylori é uma bactéria que pode viver no seu estômago por décadas sem dar sinais, mas, em alguns casos, provoca inflamações, úlceras e até aumenta o risco de câncer gástrico. Metade da população mundial está infectada e muitas pessoas nem sabem. Neste artigo, você vai descobrir como essa bactéria é transmitida, quais os sintomas e complicações, quando realmente vale a pena tratar, quais são os tratamentos mais eficazes e como se prevenir. Entenda, de forma clara e baseada em evidências, se o H. pylori é apenas um morador silencioso ou uma ameaça que merece atenção imediata.

O Helicobacter pylori (H. pylori) é uma bactéria em forma de espiral capaz de viver e se multiplicar no ambiente ácido do estômago. Apesar de microscópica, ela é extremamente comum: estima-se que metade da população mundial esteja infectada, e muitas pessoas convivem com ela por anos sem saber.

O grande problema é que, para alguns indivíduos, o H. pylori não é apenas um morador inofensivo — ele pode provocar inflamações crônicas, úlceras e até aumentar o risco de câncer gástrico.

Neste artigo, vamos explicar como essa bactéria age, quando deve ser tratada, quais são as opções de tratamento e como se prevenir.

Como o H. pylori é transmitido?

O H. pylori geralmente é adquirida na infância, por meio de:

  • Água ou alimentos contaminados;
  • Contato direto com saliva, vômito ou fezes de pessoas infectadas (em ambientes com condições de higiene precárias).

Sintomas: nem sempre visíveis

Na maioria dos casos, o H. pylori não causa sintomas imediatos. Quando eles aparecem, costumam estar relacionados a complicações como gastrite ou úlcera, e incluem:

  • Dor ou queimação no estômago;
  • Azia frequente;
  • Náusea;
  • Sensação de estômago cheio após pequenas refeições;
  • Perda de apetite;
  • Em casos mais graves: sangramento digestivo (vômito com sangue ou fezes escuras).

H. pylori e câncer gástrico: qual a relação?

O H. pylori é classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um carcinógeno do Grupo 1, ou seja, comprovadamente capaz de causar câncer em humanos.

A infecção crônica pode levar a uma sequência de alterações na mucosa gástrica:

  • Gastrite crônica;
  • Atrofia gástrica;
  • Metaplasia intestinal;
  • Displasia;
  • Adenocarcinoma gástrico.

Nem todos os infectados seguirão esse caminho, mas pessoas com histórico familiar de câncer gástrico, presença de lesões pré-malignas ou vivendo em regiões de alta incidência da doença apresentam risco significativamente maior.

Quando o H. pylori deve ser tratado?

As principais diretrizes médicas recomendam tratamento imediato nos seguintes casos:

  • Úlcera gástrica ou duodenal, ativa ou cicatrizada;
  • Linfoma gástrico;
  • Histórico familiar de câncer gástrico;
  • Gastrite atrófica;
  • Dispepsia persistente.

E quando pode não ser necessário tratar?

Em indivíduos assintomáticos, sem fatores de risco e vivendo em áreas de baixa incidência de câncer gástrico, alguns especialistas ponderam se o tratamento é necessário, para evitar o uso desnecessário de antibióticos e o risco de resistência bacteriana.

Diagnóstico

O H. pylori pode ser identificado por:

  • Teste respiratório da ureia (rápido, não invasivo e muito sensível);
  • Pesquisa de antígeno nas fezes;
  • Exame histológico e teste rápido de urease durante endoscopia digestiva alta;

Tratamentos mais utilizados

O tratamento do H. pylori é feito com uma combinação de remédios que atacam a bactéria e reduzem a acidez do estômago, ajudando na cicatrização da mucosa. 



Normalmente, o médico prescreve um esquema que dura cerca de 10 a 14 dias, associando antibióticos e medicamentos para proteger o estômago. Existem diferentes combinações possíveis, e a escolha depende de fatores como resistência da bactéria na região e se já houve tentativas anteriores de tratamento. Após o fim do uso dos medicamentos, é importante repetir o exame para confirmar que a bactéria foi eliminada.

Prevenção

Embora não exista vacina, algumas medidas ajudam a reduzir o risco de infecção:

  • Lavar as mãos regularmente;
  • Beber água potável;
  • Higienizar frutas e verduras;
  • Evitar compartilhar talheres ou copos com pessoas infectadas.

Conclusão

O H. pylori é uma bactéria extremamente comum e, em muitos casos, silenciosa. Embora nem todos os infectados precisem de tratamento imediato, sua presença pode representar um risco real para doenças graves, incluindo câncer gástrico. O diagnóstico precoce e a decisão individualizada sobre o tratamento, com base em fatores de risco e contexto geográfico, são fundamentais para proteger a saúde a longo prazo.Se você apresenta sintomas persistentes de gastrite ou tem histórico familiar de câncer de estômago, converse com seu médico sobre a investigação do H. pylori.

Perguntas Frequentes:

O que é o H. pylori e por que ele preocupa?

Ilustração do sistema digestivo com destaque para a bactéria Helicobacter pylori em imagem ampliada ao lado do estômago.

É uma bactéria que pode viver no estômago por décadas. Em algumas pessoas, causa gastrite, úlceras e aumenta o risco de câncer gástrico.

Como o H. pylori é transmitido?

Principalmente na infância, por água ou alimentos contaminados, além de contato com saliva, vômito ou fezes de pessoas infectadas.

Quais são os sintomas mais comuns da infecção por H. pylori?

Dor ou queimação no estômago, azia frequente, náusea, sensação de estômago cheio e, em casos graves, sangramento digestivo.

Todo mundo com H. pylori precisa de tratamento?

Não. O tratamento é indicado em casos de úlcera, gastrite atrófica, linfoma gástrico, dispepsia persistente ou histórico familiar de câncer gástrico.

Como é feito o tratamento do H. pylori?

Combinando antibióticos e medicamentos que reduzem a acidez do estômago por 10 a 14 dias. Depois, é preciso repetir exames para confirmar a eliminação da bactéria.

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Câncer de Pâncreas: Entenda os Riscos, Sintomas e Tratamentos https://franciscotustumi.com.br/cancer-de-pancreas-entenda-os-riscos-sintomas-e-tratamentos/ https://franciscotustumi.com.br/cancer-de-pancreas-entenda-os-riscos-sintomas-e-tratamentos/#respond Mon, 11 Aug 2025 12:58:43 +0000 https://franciscotustumi.com.br/?p=1158 O câncer de pâncreas é uma das neoplasias mais agressivas da medicina. Devido à sua localização profunda no abdômen e à ausência de sintomas específicos nas fases iniciais, ele costuma ser diagnosticado tardiamente, o que compromete significativamente as chances de cura. Neste artigo, você vai entender o que é o câncer de pâncreas, por que ele é tão perigoso, quais os fatores de risco, as formas de diagnóstico, opções de tratamento e como a ciência tem avançado na luta contra essa doença.

O que é o câncer de pâncreas?

O pâncreas é um órgão localizado atrás do estômago, responsável por produzir enzimas que auxiliam na digestão e hormônios que controlam o açúcar no sangue, como a insulina. O câncer de pâncreas ocorre quando células desse órgão crescem de forma descontrolada, formando um tumor maligno.

O tipo mais comum é o adenocarcinoma ductal pancreático, que se origina nos ductos responsáveis por transportar as enzimas digestivas. Também existem outros tipos, como os tumores neuroendócrinos, menos frequentes e geralmente menos agressivos.

Por que o câncer de pâncreas é tão perigoso?

Esse câncer é considerado silencioso porque geralmente não causa sintomas nos estágios iniciais. Quando os sinais aparecem, o tumor já costuma estar avançado ou ter se espalhado para outros órgãos, como fígado e pulmões.

Além disso, o pâncreas está localizado profundamente no abdome, o que dificulta a detecção de alterações físicas. Isso faz com que o diagnóstico precoce seja raro.

Prognóstico e estatísticas

O câncer de pâncreas possui uma das mais baixas taxas de sobrevida entre os tumores malignos. A taxa média de sobrevida em 5 anos, considerando todos os estágios, gira em torno de 5 a 10%. Se descoberto precocemente (quando o tumor ainda é ressecável), a chance de cura pode chegar a 30% a 40%.

No Brasil, o câncer de pâncreas está entre as 10 principais causas de morte por câncer, e subiu da 11ª para a 6ª posição nos últimos 20 anos. O aumento da expectativa de vida, do sedentarismo e do diabetes tipo 2 são fatores que contribuem para essa tendência.

Fatores de risco

Alguns fatores estão associados ao aumento do risco de desenvolver câncer de pâncreas:

  • Idade acima de 60 anos;
  • Histórico familiar de câncer pancreático;
  • Tabagismo;
  • Obesidade;
  • Diabetes tipo 2;
  • Pancreatite crônica;
  • Síndromes genéticas hereditárias (como síndrome de Lynch e mutações BRCA2).

Sintomas mais comuns

Os sintomas iniciais costumam ser inespecíficos. Conforme o tumor cresce, alguns sinais podem ficar mais nítidos:

  • Dor abdominal ou nas costas;
  • Icterícia (pele e olhos amarelados);
  • Perda de peso sem explicação;
  • Fadiga;
  • Falta de apetite;
  • Urina escura e fezes claras;
  • Diabetes de início recente.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico geralmente envolve uma combinação de exames clínicos e de imagem. Os principais exames são:

  • Ultrassonografia abdominal;
  • Tomografia computadorizada (TC);
  • Ressonância magnética (RM);
  • CPRE (colangiopancreatografia retrógrada endoscópica);
  • Punção com agulha fina (biópsia guiada por imagem).

Em casos suspeitos, exames de sangue como o marcador tumoral CA 19-9 também podem ser solicitados, embora não sejam suficientes para diagnóstico isolado.

Quais são os tratamentos disponíveis?

O tratamento depende do estágio da doença, localização do tumor e condições clínicas do paciente. As opções incluem: 

  • Cirurgia: É o único tratamento com potencial curativo, indicado apenas em casos de doença localizada. As cirurgias mais comuns são a pancreatectomia distal e a duodenopancreatectomia (cirurgia de Whipple). Outros tipos de cirurgias podem ser consideradas, a depender do quadro clínico.
  • Quimioterapia: Pode ser usada antes (neoadjuvante) ou depois da cirurgia (adjuvante), ou como tratamento principal em casos avançados.
  • Radioterapia: Em alguns casos, é associada à quimioterapia para controlar o crescimento do tumor ou aliviar sintomas.
  • Cuidados paliativos: Quando a doença é avançada e não há possibilidade de cura, o foco é aliviar sintomas e oferecer qualidade de vida.

Avanços na medicina

Nos últimos anos, novos esquemas de quimioterapia, testes genéticos e terapias-alvo têm melhorado o tratamento do câncer de pâncreas. Estudos com imunoterapia e detecção precoce estão em andamento, trazendo esperança para o futuro.

Conclusão

O câncer de pâncreas é uma doença séria, com alta taxa de mortalidade, mas que pode ter melhores desfechos se diagnosticado precocemente. Estar atento aos fatores de risco e procurar avaliação médica diante de sintomas persistentes é fundamental.

Se você tem histórico familiar ou fatores de risco, converse com seu médico sobre estratégias de rastreamento. Informação e vigilância são as melhores armas contra essa doença.

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Cirurgia Robótica: Revolucionando o Tratamento do Aparelho Digestivo https://franciscotustumi.com.br/cirurgia-robotica-revolucionando-o-tratamento-do-aparelho-digestivo/ https://franciscotustumi.com.br/cirurgia-robotica-revolucionando-o-tratamento-do-aparelho-digestivo/#respond Mon, 28 Jul 2025 18:23:19 +0000 https://franciscotustumi.com.br/?p=1151 A cirurgia robótica vem transformando o tratamento das doenças do aparelho digestivo ao oferecer maior precisão, menor trauma cirúrgico e recuperação mais rápida para os pacientes. Utilizando tecnologia de ponta, como visão 3D ampliada e instrumentos articulados controlados pelo cirurgião, esse tipo de procedimento proporciona resultados superiores em muitos casos, especialmente em cirurgias colorretais, bariátricas e do fígado. Apesar das inúmeras vantagens, o uso da robótica ainda enfrenta desafios como o custo elevado, a curva de aprendizado e algumas limitações em situações de emergência. Neste texto, você vai entender o que é a cirurgia robótica, como ela funciona, suas principais indicações e contraindicações, além da importância da certificação do cirurgião e da expansão dessa tecnologia no Brasil e no mundo.

Sala cirúrgica com braços robóticos e iluminação intensa, ilustrando o conceito de cirurgia robótica no tratamento médico.

O que é Cirurgia Robótica?

A cirurgia robótica é uma evolução dos procedimentos minimamente invasivos. Ela permite ao cirurgião operar com mais precisão por meio de um console, controlando braços robóticos que realizam os movimentos com extrema delicadeza e estabilidade. O principal sistema utilizado mundialmente é o da Vinci Surgical System, desenvolvido pela Intuitive Surgical. Desde sua introdução nos anos 1990, esse sistema tem sido amplamente adotado em cirurgias digestivas, urológicas, ginecológicas e torácicas.

Mais da metade das plataformas robóticas do mundo está concentrada nos Estados Unidos, refletindo investimento em inovação médica. O mapa abaixo ilustra essa disparidade:

cirurgia robotica revolucionando o tratamento do aparelho digestivo dr francisco tustumi mapa

No Brasil, a cirurgia robótica chegou em 2008 e, inicialmente, estava restrita a grandes hospitais privados. Atualmente, já é realidade também em unidades públicas e regionais, especialmente em centros com alta demanda por cirurgias de alta complexidade.

À medida que os custos se tornam mais acessíveis e o número de profissionais qualificados cresce, a tendência é que a cirurgia robótica se torne cada vez mais presente no Brasil. Essa evolução representa um marco importante na medicina brasileira, tornando tratamentos de alta complexidade mais seguros e menos invasivos para a população.

Vantagens da Cirurgia Robótica no Aparelho Digestivo

A robótica oferece diversos benefícios tanto para o cirurgião quanto para o paciente. Entre os principais, destacam-se:

  • Precisão aumentada: instrumentos que imitam os movimentos da mão humana, mas com amplitude e estabilidade superiores.
  • Visão 3D ampliada em até 10 vezes, permitindo maior detalhamento de estruturas delicadas, como nervos e vasos.
  • Menor risco de complicações: redução no sangramento, menor risco de infecção e dor pós-operatória mais leve.
  • Recuperação acelerada, com alta hospitalar mais precoce em diversos procedimentos, como nas colectomias.

Essas vantagens são especialmente evidentes em cirurgias que exigem dissecação minuciosa e precisão milimétrica, como em tumores do reto, bypass gástrico e hepatectomias.

Limitações e Desvantagens da Cirurgia Robótica

Apesar dos benefícios, a tecnologia ainda apresenta alguns desafios:

  • Custo elevado: os sistemas robóticos podem custar cerca de 2 milhões de dólares, com manutenção anual de alto valor.
  • Curva de aprendizado: é necessário treinamento específico e prática em pelo menos 20 a 30 procedimentos para alcançar domínio técnico.
  • Ausência de tato: o cirurgião não sente diretamente os tecidos, o que exige maior atenção visual e habilidade.

Além disso, nem todos os pacientes são candidatos ideais para a cirurgia robótica.

Quando a Cirurgia Robótica Não é Indicada?

A robótica não é recomendada em algumas situações, como:

  • Emergências abdominais, onde o tempo de preparo do robô pode atrasar a cirurgia.
  • Casos com aderências intensas, como após múltiplas cirurgias anteriores, que dificultam a movimentação dos instrumentos robóticos.
  • Instabilidade clínica, como distúrbios graves de coagulação ou problemas respiratórios descompensados.

Nessas situações, abordagens convencionais podem ser mais seguras.

Principais Aplicações da Cirurgia Robótica no Aparelho Digestivo

Entre os procedimentos mais consolidados com o uso da robótica na cirurgia digestiva, destacam-se:

Certificação do Cirurgião: Garantia de Segurança

A realização de cirurgia robótica exige certificação específica. O cirurgião precisa passar por treinamentos práticos em centros credenciados, como os oferecidos pela própria Intuitive Surgical, e manter-se atualizado por meio de reciclagens periódicas. Essa exigência garante que o profissional esteja apto a utilizar a tecnologia de forma segura e eficaz.

Conclusão:

A cirurgia robótica é uma ferramenta poderosa, que melhora a precisão do procedimento e proporciona benefícios concretos para o paciente. Embora ainda não seja indicada para todos os casos, seu uso racional e bem indicado tem revolucionado a cirurgia do aparelho digestivo. A inovação tecnológica caminha lado a lado com o compromisso médico pela segurança e qualidade do cuidado.

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O que Comer em Caso de Diarreia: Guia Prático para se Alimentar com Segurança https://franciscotustumi.com.br/o-que-comer-em-caso-de-diarreia-guia-pratico-para-se-alimentar-com-seguranca/ https://franciscotustumi.com.br/o-que-comer-em-caso-de-diarreia-guia-pratico-para-se-alimentar-com-seguranca/#respond Mon, 14 Jul 2025 12:24:33 +0000 https://franciscotustumi.com.br/?p=1145 A diarreia é um sintoma comum que pode ser causado por infecções, intolerâncias alimentares, uso de medicamentos ou doenças intestinais. Embora a maioria dos casos seja leve e autolimitada, a alimentação adequada durante esse período é fundamental para aliviar os sintomas, prevenir a desidratação e promover a recuperação. Neste guia, você vai descobrir o que pode e o que deve evitar comer com diarreia, quais alimentos ajudam a controlar o intestino solto, quando a diarreia pode ser sinal de algo mais grave e quais medidas práticas podem ser adotadas em casa ou com orientação médica.

A diarreia é um sintoma desconfortável e comum, que pode surgir por diversos motivos — desde infecções intestinais até intolerâncias alimentares ou uso de certos medicamentos. Embora, na maioria dos casos, ela seja temporária e de fácil resolução, a escolha correta dos alimentos durante esse período faz toda a diferença na recuperação. Comer os alimentos certos pode ajudar a aliviar os sintomas, reduzir o risco de desidratação e evitar complicações. Por outro lado, consumir os alimentos errados pode piorar o quadro e prolongar a duração da diarreia. Neste texto, você vai descobrir o que pode ou não comer quando está com diarreia, quais alimentos ajudam a controlar o intestino solto, o que evitar, quando o sintoma merece atenção médica e muito mais.

Alimentos Permitidos Durante a Diarreia

Durante um episódio de diarreia, a dieta deve priorizar alimentos leves, de fácil digestão e que ajudam a “prender” o intestino. Veja os principais exemplos:

  • Arroz branco, batata cozida, cenoura cozida e caldo de legumes são ótimos aliados.
  • Pão branco (sem recheios gordurosos), tapioca e cuscuz simples são boas fontes de carboidratos de fácil absorção.
  • Banana-prata e maçã sem casca são frutas ideais nesse momento. A banana ajuda a repor potássio e tem efeito regulador intestinal.
  • Aveia em pequena quantidade, cozida com água, pode ser tolerada em alguns casos, mas deve ser evitada se os sintomas forem intensos.
  • Frango grelhado ou cozido sem pele e ovos cozidos são boas fontes de proteína leve.

Alimentos que Devem Ser Evitados

Certos alimentos podem irritar ainda mais o intestino e prolongar os sintomas. Evite:

  • Alimentos ricos em fibras insolúveis, como cascas de frutas, milho e folhas cruas.
  • Alimentos gordurosos, frituras e embutidos.
  • Laticínios, especialmente leite integral, pode piorar a intolerância à lactose temporária.
  • Frutas como manga, uva, abacaxi e tomate cru, podem ter efeito laxativo ou irritativo em algumas pessoas.
  • Pipoca e batata-doce também devem ser evitadas temporariamente por seu alto teor de fibras e potencial de fermentação.

Chás e Bebidas Indicadas

A hidratação é essencial. Além da água, algumas bebidas são especialmente benéficas:

  • Soro caseiro ou soluções de reidratação oral são fundamentais em casos de diarreia intensa.
  • Chá de camomila, chá preto fraco e chá de goiabeira ajudam a acalmar o intestino.
  • Evite sucos ácidos, como laranja, que podem agravar o quadro.

Quando a Diarreia é Preocupante?

Nem toda diarreia é igual. Fique atento a sinais de gravidade:

  • Duração superior a 3 dias, sem sinais de melhora.
  • Presença de sangue, pus ou muco nas fezes.
  • Febre alta, vômitos intensos ou sinais de desidratação (boca seca, tontura, fraqueza).
  • Diarreia em crianças pequenas, idosos ou imunossuprimidos, como pessoas com HIV.

Quando Procurar um Médico?

Se os sintomas forem leves e passageiros, a hidratação oral e o controle da alimentação podem ser suficientes, mas é importante ter orientação. Em casos persistentes ou graves, o ideal é procurar o especialista, especialmente se houver diarreia crônica ou suspeita de doença inflamatória intestinal (como doença de Crohn) e colites (https://franciscotustumi.com.br/colite-o-que-e-causas-sintomas-e-tratamento/)

Algumas dúvidas frequentes:

  • Posso comer ovo com diarreia?

Sim, desde que esteja bem cozido. O ovo é uma fonte de proteína leve e bem tolerada.

  • Pode comer banana com diarreia?

Sim! A banana-prata é especialmente recomendada, pois contém pectina, que ajuda a formar o bolo fecal.

  • Pode comer pão com diarreia?

Sim, preferencialmente pão branco e sem recheios ou molhos.

  • Posso tomar suco de laranja com diarreia?

Não é recomendado. A acidez e o teor de fibras da laranja podem estimular ainda mais o intestino.

  • Pode tomar café com diarreia?

O café pode estimular o intestino e agravar a diarreia. O ideal é evitá-lo até a normalização do quadro.

  • Pode tomar Yakult ou iogurte com diarreia?

Iogurtes com probióticos podem ser úteis em alguns casos, mas devem ser isentos de lactose. Yakult pode ajudar, mas deve ser usado com cautela, especialmente se houver intolerância à lactose.

  • Pode comer tomate com diarreia?

Cru, não é recomendado, pois pode irritar a mucosa intestinal. Cozido e sem pele pode ser tolerado em pequenas quantidades.

  • Qual a diarreia que corta o efeito do anticoncepcional?

Diarreias intensas podem comprometer a absorção de diversas medicações ingeridas, incluindo a pílula anticoncepcional. Nesse caso, métodos adicionais devem ser usados.

  • Diarreia pode ser sinal de gravidez?

Não é um sintoma típico, mas alterações intestinais podem ocorrer em algumas mulheres no início da gestação. Se houver atraso menstrual, faça um teste de gravidez.

  • Diarreia pode ser tratada com Imosec (loperamida)?
    Sim, em casos selecionados. Mas o uso de antidiarreicos deve ser evitado se houver suspeita de infecção bacteriana ou presença de sangue nas fezes.

Conclusão: 

Alimentar-se corretamente durante episódios de diarreia é essencial para uma recuperação mais rápida e segura. Prefira alimentos leves, cozidos e pobres em fibras insolúveis, evite irritantes intestinais e mantenha-se bem hidratado. A diarreia geralmente é passageira, mas sinais de alerta devem ser levados a sério. Em caso de dúvida, procure sempre orientação médica.

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SIBO (Supercrescimento Bacteriano no Intestino Delgado): O Guia Completo https://franciscotustumi.com.br/sibo-supercrescimento-bacteriano-no-intestino-delgado-o-guia-completo/ https://franciscotustumi.com.br/sibo-supercrescimento-bacteriano-no-intestino-delgado-o-guia-completo/#respond Mon, 23 Jun 2025 14:12:38 +0000 https://franciscotustumi.com.br/?p=1137 Você sofre com inchaço abdominal constante, gases excessivos, diarreia ou prisão de ventre que não melhoram com mudanças na dieta? Esses sintomas podem ser sinais de SIBO (Supercrescimento Bacteriano no Intestino Delgado), uma condição comum, mas muitas vezes negligenciada.

Neste artigo, vamos explicar o que é SIBO, suas causas, sintomas, como diagnosticar e as melhores formas de tratamento, incluindo abordagens médicas e naturais.

O Que é SIBO?

intestino delgado é onde a maior parte da digestão e absorção de nutrientes acontece. Diferente do intestino grosso, que abriga trilhões de bactérias, o intestino delgado deve ter uma quantidade relativamente baixa de microrganismos.

No SIBO (Small Intestinal Bacterial Overgrowth), há um crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado, muitas vezes de tipos que deveriam estar apenas no cólon. Essas bactérias fermentam carboidratos não digeridos, produzindo gases como hidrogênio e metano, que levam aos sintomas desconfortáveis.

Principais Causas do SIBO

O SIBO não surge do nada. Algumas das causas mais comuns incluem:

  • Baixa produção de ácido estomacal (por uso excessivo de antiácidos, gastrite ou envelhecimento)
  • Problemas na motilidade intestinal (como em casos de síndrome do intestino irritável, diabetes ou esclerodermia)
  • Alterações anatômicas (cirurgias bariátricas, aderências pós-cirúrgicas ou divertículos)
  • Disfunções no sistema imunológico (como em doenças autoimunes)
  • Uso prolongado de antibióticos ou inibidores da bomba de prótons (IBPs)

Sintomas do SIBO: Como Saber Se Você Tem?

Os sintomas do SIBO podem variar, mas os mais comuns incluem:

  • Inchaço abdominal (principalmente após comer)
  • Gases excessivos (com odor forte ou não)
  • Diarreia ou prisão de ventre (às vezes alternando entre os dois)
  • Dor e desconforto abdominal
  • Má absorção de nutrientes (levando a deficiências de vitaminas como B12, ferro e lipossolúveis – A, D, E, K)
  • Fadiga crônica e dores articulares (devido à inflamação sistêmica)

Muitas pessoas com SIBO são diagnosticadas erroneamente com síndrome do intestino irritável (SII), intolerância à lactose ou doença celíaca, pois os sintomas são semelhantes.

Como Diagnosticar o SIBO?

Se você suspeita de SIBO, existem três principais formas de investigação:

1. Teste do Hidrogênio Expiratório

  • método mais comum para detectar SIBO.
  • O paciente ingere uma solução de glicose ou lactulose e, em seguida, sopra em um aparelho em intervalos regulares.
  • Se houver picos precoces de hidrogênio ou metano, isso indica fermentação bacteriana no intestino delgado.

2. Exames de Fezes e Análise Microbiana

  • Úteis para avaliar desequilíbrios na microbiota, mas não confirmam SIBO sozinhos.

3. Exames de Sangue (para deficiências nutricionais)

  • Deficiências em vitamina B12, ferro, magnésio e vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) podem sugerir má absorção causada pelo SIBO.

Tratamento do SIBO: Abordagens Eficazes

O tratamento do SIBO deve ser multifatorial, incluindo:

1. Antibióticos (para reduzir o excesso de bactérias)

  • Rifaximina (o mais indicado, age apenas no intestino)
  • Neomicina ou Metronidazol (em casos de SIBO com predominância de metano)

2. Dieta para SIBO (para reduzir a fermentação)

  • Dieta Low-FODMAP (reduz carboidratos fermentáveis) 
  • Dieta Elementar (em casos graves, com fórmulas líquidas de fácil digestão)
  • Evitar álcool, açúcar e alimentos processados

3. Probióticos e Prebióticos (com cautela)

  • Probióticos específicos (como Lactobacillus e Bifidobacterium) podem ajudar, mas em alguns casos pioram os sintomas.
  • Prebióticos (como inulina) devem ser evitados na fase aguda.

4. Melhorar a Motilidade Intestinal

  • Procinéticos naturais (gengibre, triphala)
  • Medicações (em casos específicos)

5. Tratar a Causa de Base

  • Corrigir hipocloridria (baixo ácido estomacal)
  • Gerenciar doenças autoimunes ou diabetes
  • Evitar uso desnecessário de antiácidos e antibióticos

Prevenção e Cuidados a Longo Prazo

O SIBO pode recorrer se as causas não forem tratadas. Algumas estratégias para evitar recaídas:

  • Comer devagar e mastigar bem
  • Evitar refeições muito grandes
  • Controlar o estresse (que afeta a motilidade intestinal)
  • Monitorar sintomas e ajustar a dieta conforme necessário

Conclusão: SIBO Tem Cura?

Sim, o SIBO pode ser controlado, mas exige um tratamento personalizado. Se você desconfia que tem essa condição, consulte um gastroenterologista ou nutricionista funcional para um diagnóstico preciso.Com a abordagem correta, é possível restaurar o equilíbrio intestinal e recuperar a qualidade de vida!

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Quando a azia pode ser um sinal de algo mais grave: entenda o Refluxo e o Esôfago de Barrett https://franciscotustumi.com.br/quando-a-azia-pode-ser-um-sinal-de-algo-mais-grave-entenda-o-refluxo-e-o-esofago-de-barrett/ https://franciscotustumi.com.br/quando-a-azia-pode-ser-um-sinal-de-algo-mais-grave-entenda-o-refluxo-e-o-esofago-de-barrett/#respond Mon, 28 Apr 2025 12:26:02 +0000 https://franciscotustumi.com.br/?p=1122 Neste artigo, você vai entender o que é o esôfago de Barrett, uma lesão crônica causada pelo refluxo ácido. Explicamos quem é mais afetado, os sintomas mais comuns (ou a ausência deles), o risco real de câncer, como é feito o diagnóstico e quais são as opções de tratamento disponíveis. Se você convive com refluxo gastroesofágico (DRGE), é fundamental conhecer essa condição silenciosa que pode evoluir com o tempo — e aprender a controlá-la precocemente.

O que é o Esôfago de Barrett?

O esôfago de Barrett é uma alteração crônica no revestimento do esôfago provocada pelo contato frequente com o ácido do estômago. Ele ocorre como consequência da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), quando o conteúdo ácido e enzimático do estômago retorna repetidamente ao esôfago, causando inflamação contínua. Com o tempo, essa agressão leva à substituição do epitélio esofágico normal (escamoso) por um tecido semelhante ao do intestino — um processo chamado metaplasia intestinal.

Essa mudança celular é considerada uma lesão pré-maligna, pois aumenta o risco de câncer de esôfago. No entanto, vale destacar que a maioria dos pacientes com Barrett não desenvolverá câncer, especialmente com acompanhamento adequado.

Lesão Crônica no Esôfago Causada pelo Refluxo Ácido

O refluxo ácido é o principal causador do esôfago de Barrett. Quando o conteúdo gástrico sobe para o esôfago com frequência, ele agride repetidamente a mucosa, resultando em inflamações que, ao longo dos anos, levam à substituição das células normais. Essa lesão crônica muda completamente o ambiente celular do esôfago e representa um estágio mais avançado da DRGE, que não pode ser negligenciado.

É importante lembrar que nem sempre o refluxo é percebido pelo paciente. Em alguns casos, ele é silencioso, o que torna o diagnóstico ainda mais desafiador.

Quem o Esôfago de Barrett Afeta com Mais Frequência?

Embora possa ocorrer em diferentes perfis, o esôfago de Barrett afeta mais frequentemente homens brancos, acima de 50 anos, com histórico de refluxo crônico não tratado ou mal controlado. Outros fatores de risco incluem:

  • Obesidade abdominal (gordura localizada no abdome);
  • Tabagismo (atual ou prévio);
  • Histórico familiar de esôfago de Barrett ou câncer de esôfago;
  • Consumo frequente de álcool;
  • Dietas ricas em gordura e alimentos processados.

Estudos apontam que 5 a 15% dos pacientes com DRGE crônica podem desenvolver Barrett, embora esse número possa ser maior em populações de risco não triadas.

Sintomas: Pode Ser Assintomático

Um dos grandes desafios do esôfago de Barrett é que ele pode ser totalmente assintomático. Muitos pacientes descobrem a condição por acaso, ao realizar uma endoscopia digestiva por outro motivo.

Quando há sintomas, eles costumam ser semelhantes aos da DRGE, incluindo:

  • Azia ou queimação no peito;
  • Regurgitação ácida (sensação de líquido ácido voltando à boca);
  • Dor ou desconforto ao engolir alimentos;
  • Tosse crônica ou rouquidão, especialmente pela manhã.

É importante lembrar: mesmo sem sintomas, o esôfago pode estar sendo lesionado.

Saiba mais sobre os sintomas de refluxo e como tratá-los clicando aqui.

Risco de Câncer: Entenda o Verdadeiro Perigo

O esôfago de Barrett aumenta o risco de desenvolver adenocarcinoma de esôfago, um tipo agressivo de câncer. Mas é essencial contextualizar: o risco absoluto ainda é considerado baixo. Estima-se que apenas 0,1% a 0,5% dos pacientes com Barrett evoluam para câncer a cada ano.

Contudo, o risco aumenta quando há displasia de alto grau (alterações celulares mais intensas), o que justifica a importância do monitoramento endoscópico periódico para identificação precoce dessas alterações.

Diagnosticar o esôfago de Barrett precocemente permite acompanhar e tratar as mudanças celulares antes que evoluam para algo mais grave.

Diagnóstico: Endoscopia Digestiva Alta com Biópsia

O exame padrão-ouro para diagnosticar o esôfago de Barrett é a endoscopia digestiva alta. Durante o exame, um tubo fino e flexível com uma câmera é introduzido pela boca até o esôfago, possibilitando a visualização direta da mucosa. Áreas suspeitas, com coloração ou textura alterada, podem ser biopsiadas.

A biópsia é essencial para confirmar a presença de metaplasia intestinal — ou seja, para determinar se o tecido esofágico foi realmente substituído por células tipo intestinais, típicas do Barrett.

O exame é realizado com sedação leve, é indolor e tem excelente tolerância pelos pacientes.

Tratamento: O Que Fazer Após o Diagnóstico

O tratamento do esôfago de Barrett é focado em controlar o refluxo ácido e impedir a progressão da lesão. As principais estratégias incluem:

1. Medicamentos

O uso de inibidores da bomba de prótons (IBPs) é a principal abordagem medicamentosa. Eles reduzem significativamente a produção de ácido gástrico e ajudam a evitar novas lesões.

2. Mudança de Hábitos e Alimentação

  • Evitar alimentos gordurosos, picantes, bebidas alcoólicas e gaseificadas;
  • Não se deitar após as refeições;
  • Manter um peso saudável;
  • Elevar a cabeceira da cama em pelo menos 15cm.

3. Cirurgia Antirrefluxo

Indicada em casos de refluxo de difícil controle com medicamentos ou em pacientes jovens. A cirurgia corrige a válvula natural entre o esôfago e o estômago, impedindo o retorno do ácido.

4. Ablativo Endoscópico (Ablação por Radiofrequência)

Para pacientes com displasia de baixo ou alto grau, a ablação por radiofrequência é uma técnica moderna e eficaz. Ela utiliza calor controlado para remover o tecido alterado, permitindo o crescimento de um novo revestimento esofágico saudável.

Conclusão: Não Ignore os Sintomas e Faça o Acompanhamento

Mesmo que o esôfago de Barrett não apresente sintomas específicos, ele pode estar presente silenciosamente em quem tem refluxo crônico. O diagnóstico precoce, feito por endoscopia, permite monitorar e tratar a condição antes que ela evolua.

Se você tem azia frequente, histórico familiar de câncer esofágico ou fatores de risco, converse com seu médico sobre a necessidade de realizar uma endoscopia. Com tratamento e vigilância adequados, é possível viver com segurança e prevenir complicações.

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Acalasia: Entendendo o Distúrbio que Afeta a Deglutição https://franciscotustumi.com.br/acalasia-entendendo-o-disturbio-que-afeta-a-degluticao/ https://franciscotustumi.com.br/acalasia-entendendo-o-disturbio-que-afeta-a-degluticao/#respond Mon, 14 Apr 2025 12:51:39 +0000 https://franciscotustumi.com.br/?p=1115 A acalasia é uma condição rara que prejudica a capacidade do esôfago de mover alimentos em direção ao estômago, causando dificuldades para engolir e outros sintomas desconfortáveis. Este artigo explora as causas, sintomas, diagnóstico e opções de tratamento da acalasia, oferecendo uma visão abrangente para leigos interessados em compreender melhor esse distúrbio esofágico.​

O que é Acalasia?

A acalasia é um distúrbio raro do esôfago que afeta a capacidade deste órgão de mover alimentos em direção ao estômago. O esôfago é um tubo muscular que transporta alimentos e líquidos da boca para o estômago. Na acalasia, o esfíncter esofágico inferior (EEI) – uma válvula muscular que se abre para permitir a passagem dos alimentos para o estômago – não relaxa adequadamente durante a deglutição. Além disso, os músculos do esôfago podem perder sua capacidade de realizar as contrações necessárias para empurrar o alimento, resultando em dificuldade para engolir e outros sintomas.​

Causas da Acalasia

Embora a causa exata da acalasia não seja completamente compreendida, acredita-se que fatores como a degeneração dos nervos do esôfago possam estar envolvidos. Possíveis causas e fatores de risco incluem:​

  • Doenças autoimunes: O sistema imunológico ataca erroneamente as células nervosas do esôfago.​
  • Infecções virais: Algumas infecções podem desencadear a degeneração nervosa.​
  • Fatores genéticos: Embora raro, há casos familiares de acalasia, sugerindo uma possível predisposição genética.​

Sintomas Comuns

Os sintomas da acalasia geralmente se desenvolvem gradualmente e podem incluir:​

  • Disfagia: Dificuldade para engolir alimentos sólidos e líquidos.​
  • Regurgitação: Retorno de alimentos não digeridos à boca.​
  • Dor torácica: Desconforto ou dor no peito, especialmente após as refeições.​
  • Perda de peso: Devido à ingestão inadequada de nutrientes.​
  • Pirose: Sensação de queimação no peito, frequentemente confundida com azia.​

Diagnóstico da Acalasia

Para diagnosticar a acalasia, os médicos podem solicitar os seguintes exames:​

  • Esofagomanometria: Mede a pressão e as contrações musculares do esôfago durante a deglutição.​
  • Esofagograma baritado: Radiografia do esôfago após a ingestão de um líquido de contraste para visualizar o trânsito esofágico.​
  • Endoscopia digestiva alta: Exame que permite visualizar diretamente o interior do esôfago e do estômago, descartando outras condições.​

Opções de Tratamento

Embora não haja cura definitiva para a acalasia, existem tratamentos que visam aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida:​

  • Dilatação pneumática: Procedimento que utiliza um balão para expandir o EEI, realizado por endoscopia.
  • Cirurgia (miotomia de Heller): Cirurgia minimamente invasiva para cortar as fibras musculares do EEI, permitindo seu relaxamento.​
  • POEM: Procedimento realizado por endoscopia, seccionando o EEI.
  • Medicamentos: Bloqueadores de canais de cálcio ou nitratos podem ser prescritos para relaxar o EEI, embora sua eficácia seja limitada.​

Considerações Finais

A acalasia é uma condição rara que pode impactar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para o manejo eficaz dos sintomas. Se você ou alguém que conhece apresenta sintomas sugestivos de acalasia, é fundamental procurar orientação médica para avaliação e intervenção apropriada.

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Colite: O que é, causas, sintomas e tratamento https://franciscotustumi.com.br/colite-o-que-e-causas-sintomas-e-tratamento/ https://franciscotustumi.com.br/colite-o-que-e-causas-sintomas-e-tratamento/#respond Mon, 10 Mar 2025 13:35:00 +0000 https://franciscotustumi.com.br/?p=1105 A colite é uma inflamação do cólon que pode ter diversas causas, desde infecções até doenças autoimunes. Neste artigo, vamos explorar o que é a colite, seus principais sintomas, causas e opções de tratamento. Além disso, abordaremos a colite ulcerativa, suas complicações e quais alimentos devem ser evitados para prevenir crises.

O que é colite e qual a causa? 

A colite é a inflamação do cólon, também conhecido como intestino grosso. Suas causas podem variar e incluem infecções bacterianas ou virais, doenças inflamatórias intestinais, alergias alimentares e uso prolongado de certos medicamentos, como antibióticos e anti-inflamatórios. Em alguns casos, a colite pode ser idiopática, ou seja, sem uma causa definida.

Quais os sintomas de crise de colite? 

Os sintomas mais comuns de uma crise de colite incluem:

  • Dor abdominal intensa;
  • Diarreia frequente, podendo conter sangue ou muco;
  • Febre e calafrios;
  • Fadiga e fraqueza;
  • Náuseas e perda de apetite;
  • Inchaço e desconforto abdominal.

O que é bom para tratar a colite? 

O tratamento da colite depende da causa subjacente. Algumas abordagens incluem:

  • Uso de medicamentos anti-inflamatórios, como mesalazina e corticosteroides;
  • Antibióticos, caso a colite seja causada por infecção bacteriana;
  • Probióticos para equilibrar a flora intestinal;
  • Hidratação e dieta leve durante crises;
  • Em casos graves, pode ser necessária intervenção cirúrgica.

O que faz mal para a colite? 

Alguns fatores podem piorar os sintomas da colite, como:

  • Alimentos ultraprocessados e gordurosos;
  • Bebidas alcoólicas e com cafeína;
  • Estresse excessivo;
  • Uso abusivo de anti-inflamatórios não esteroides;
  • Dieta pobre em fibras ou rica em lactose, dependendo da tolerância do paciente.

Como desinflamar a colite? 

Para reduzir a inflamação da colite, é importante:

  • Seguir um tratamento adequado com orientação médica;
  • Manter uma alimentação equilibrada e adequada ao quadro clínico;
  • Evitar estresse e manter uma rotina saudável;
  • Beber bastante água para manter a hidratação;
  • Utilizar suplementos probióticos para equilibrar a microbiota intestinal.

Quais são os tipos de colite?

Existem muitas formas diferentes de colite, incluindo:

  • Colite ulcerativa;
  • Colite de Crohn;
  • Colite de desvio;
  • Colite isquêmica;
  • Colite infecciosa;
  • Colite fulminante;
  • Colite colagenosa;
  • Colite química;
  • Colite microscópica;
  • Colite linfocítica;
  • Colite atípica.

O que é colite ulcerativa? 

A colite ulcerativa (também chamada de retocolite ulcerativa) é um tipo de doença inflamatória intestinal que provoca uma colite de forma crônica. Ela causa inflamação contínua e pode levar à formação de úlceras na mucosa intestinal. Os sintomas são semelhantes aos da colite comum, mas podem ser mais graves e persistentes. Colite ulcerativa está associada a risco aumentado para câncer de intestino. Por isso, pacientes com colite ulcerativa precisam fazer exames de rastreio com mais atenção.

O que pode causar colite ulcerativa? 

A causa exata da colite ulcerativa não é totalmente conhecida, mas fatores genéticos e imunológicos desempenham um papel importante. O sistema imunológico reage de forma anormal, atacando o próprio tecido intestinal e desencadeando a inflamação crônica.

Se você tem sintomas de colite, consulte um especialista para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.

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