Hérnia - Dr. Francisco Tustumi https://franciscotustumi.com.br Cirurgia Geral e Cirurgia do Aparelho Digestivo Mon, 08 Sep 2025 12:58:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.7 https://franciscotustumi.com.br/wp-content/uploads/2023/01/favicon-150x150.jpg Hérnia - Dr. Francisco Tustumi https://franciscotustumi.com.br 32 32 Entendendo a Hérnia Umbilical: Um Guia Completo  https://franciscotustumi.com.br/entendendo-a-hernia-umbilical-um-guia-completo/ https://franciscotustumi.com.br/entendendo-a-hernia-umbilical-um-guia-completo/#respond Mon, 08 Sep 2025 12:58:07 +0000 https://franciscotustumi.com.br/?p=1184 Aprenda tudo sobre hérnia umbilical neste guia completo. Descubra o que é hérnia umbilical, as causas em bebês e adultos, e como identificar os sintomas de hérnia no umbigo. Entenda os sinais de alerta para buscar ajuda médica urgente. Explicamos o diagnóstico, os tipos de tratamento disponíveis (incluindo a cirurgia de hérnia) e compartilhamos dicas essenciais para a recuperação e prevenção da condição. Fique bem informado e cuide da sua saúde.

O Que é Hérnia Umbilical?

Você já notou uma "bolinha" ou saliência perto do umbigo, em você ou em alguém que conhece? Essa protuberância pode ser uma hérnia umbilical. Em termos simples, uma hérnia umbilical ocorre quando uma parte do intestino ou gordura abdominal "escapa" através de uma pequena abertura ou área de fraqueza na parede muscular do abdômen, que normalmente protege nossos órgãos internos. É como se houvesse um pequeno "buraco" ou um ponto mais frágil na musculatura ao redor do umbigo, permitindo que algo que deveria ficar dentro da cavidade abdominal se projete para fora.

Essa condição é surpreendentemente comum. Estima-se que a hérnia umbilical esteja presente em até 30% das crianças, sendo ainda mais frequente em bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer. No entanto, não é uma condição exclusiva da infância; aproximadamente 2% a 3% da população adulta também pode desenvolvê-la. A compreensão de que essa condição se manifesta de forma diferente em bebês e adultos é fundamental. Para os pequenos, muitas vezes representa uma questão de desenvolvimento que tende a se resolver naturalmente, enquanto nos adultos, ela surge de vulnerabilidades adquiridas, o que direciona abordagens distintas para prevenção e tratamento.

É comum a confusão de hérnia com diástase. Diástase é a separação dos músculos abdominais, enquanto hérnia é a protrusão de tecido através de uma abertura na parede abdominal enfraquecida. No entanto, é comum a presença das duas condições de forma simultânea. 

Causas: Por Que Acontece?

As causas da hérnia umbilical variam significativamente entre bebês e adultos, refletindo diferentes mecanismos de formação.

Em bebês, a origem da hérnia umbilical está ligada ao desenvolvimento fetal. Durante a gravidez, o cordão umbilical passa por uma pequena abertura nos músculos abdominais, conhecida como anel umbilical. Idealmente, essa abertura se fecha completamente após o nascimento. Contudo, às vezes a abertura não se fecha de forma integral e cria-se uma área de fraqueza que pode permitir a formação da hérnia umbilical. Geralmente, essa condição não é motivo de grande preocupação e, na maioria dos casos, a hérnia desaparece sozinha à medida que a criança cresce, muitas vezes até os 3 ou 4 anos de idade.

Já em adultos, a formação da hérnia umbilical está mais frequentemente associada a fatores que provocam um aumento da pressão dentro do abdômen. Pense nisso como um "efeito panela de pressão": qualquer coisa que force os órgãos contra a parede abdominal pode encontrar e explorar um ponto fraco existente. As causas mais comuns incluem:

  • Obesidade e excesso de peso: O peso extra exerce uma pressão constante e significativa sobre a parede abdominal, aumentando o risco de formação de hérnias;
  • Gravidez: Especialmente gestações múltiplas, que esticam e enfraquecem os músculos abdominais devido ao aumento do volume e da pressão;
  • Esforço físico intenso ou levantar pesos: Atividades que demandam grande esforço físico podem elevar drasticamente a pressão intra-abdominal, contribuindo para o surgimento da hérnia;
  • Tosse crônica: Condições como a tosse persistente, comum em fumantes ou em doenças pulmonares crônicas, geram picos repetidos de pressão no abdômen;
  • Constipação (prisão de ventre): O esforço para evacuar também aumenta a pressão na região abdominal;
  • Cirurgias abdominais prévias: Procedimentos cirúrgicos anteriores no abdômen podem deixar a parede muscular enfraquecida, tornando-a mais suscetível à formação de hérnias.

A distinção entre as causas em bebês e adultos é crucial para entender o prognóstico e as opções de tratamento. Enquanto nas crianças a hérnia é frequentemente uma anomalia benigna que se resolve por si só, nos adultos, ela geralmente representa uma falha na integridade dos tecidos, que tende a ser progressiva e menos propensa a desaparecer espontaneamente. Essa diferença fundamental orienta a decisão médica sobre a necessidade e a urgência da intervenção.

Sintomas: Como Identificar?

O sinal mais comum de uma hérnia umbilical é a própria saliência ou "bolinha" que aparece ao redor ou no umbigo. Essa protuberância geralmente é indolor e maleável ao toque, e muitas vezes é possível empurrá-la de volta para dentro do abdômen com uma leve pressão, ou ela pode desaparecer espontaneamente quando a pessoa deita ou relaxa. A característica mais notável dessa saliência é sua natureza dinâmica: ela pode ficar mais evidente e proeminente ao realizar esforços que aumentam a pressão abdominal, como chorar, tossir, rir, fazer força para evacuar ou levantar pesos. Essa variação na visibilidade ocorre porque o "buraco" na parede abdominal permite que o conteúdo se projete para fora sob pressão e recue quando a pressão diminui.

Embora a manifestação principal seja a mesma, a experiência dos sintomas pode diferir entre bebês e adultos:

Em Bebês: Na maioria dos casos, as hérnias umbilicais em bebês não causam dor ou outros sintomas, sendo percebidas apenas pela saliência visível. 

Em Adultos: Em adultos, a hérnia pode causar desconforto abdominal, dor na região do umbigo (especialmente durante esforços), ou uma sensação de enjoo e náusea. É importante notar que, em alguns casos, a hérnia umbilical em adultos pode ser assintomática e ser descoberta apenas durante um exame físico de rotina. A presença de dor ou desconforto em adultos, mesmo que leve, pode indicar um risco basal maior de complicações futuras, o que justifica uma avaliação médica mais atenta.

Sinais de Alerta: Quando Procurar um Médico Urgente?

Embora muitas hérnias umbilicais, especialmente em bebês, sejam benignas e não causem problemas, algumas podem evoluir para complicações sérias que exigem atenção médica de urgência. O maior risco ocorre quando o conteúdo da hérnia (como uma alça do intestino ou gordura) fica "preso" na abertura da parede abdominal, uma condição chamada encarceramento. Se o fluxo sanguíneo para esse tecido preso for interrompido, a situação se torna uma hérnia estrangulada, que é uma emergência médica grave. Sem suprimento de sangue, o tecido pode morrer (necrose), levando a uma infecção generalizada na cavidade abdominal (peritonite), que pode ser fatal.

É fundamental reconhecer os sinais de alerta que indicam uma complicação e a necessidade de procurar um médico imediatamente, tanto para bebês quanto para adultos:

Dor intensa e persistente: Uma dor forte ou que piora na região da hérnia, especialmente ao toque ou ao fazer qualquer esforço.

  • Mudança na cor da protuberância: Se a "bolinha" no umbigo ficar vermelha, roxa ou escura, isso é um sinal crítico de que o fluxo sanguíneo pode estar comprometido (estrangulamento).
  • Aumento súbito e significativo do inchaço na região: Um aumento repentino e grande da protuberância.
  • Impossibilidade de empurrar a hérnia de volta para dentro: Se a protuberância não retornar à cavidade abdominal com uma leve pressão ou quando a pessoa deita.
  • Náuseas e vômitos: Sintomas gastrointestinais podem indicar que o intestino está preso ou obstruído.
  • Alterações no funcionamento intestinal: Parada dos movimentos intestinais com obstipação (prisão de ventre) ou, em alguns casos, diarreia.
  • Febre: A presença de febre pode indicar uma infecção.

Esses sinais são cruciais porque indicam uma progressão de uma condição potencialmente benigna para uma situação de risco de vida. A dor intensa e a mudança de cor, por exemplo, são alertas diretos de que o tecido pode estar sofrendo por falta de sangue. Nesses casos, a ação imediata é vital para evitar danos irreversíveis e complicações graves. Para facilitar a identificação, veja os principais sinais de alerta:

Sinais de Alerta de Hérnia Umbilical Complicada

  • Dor intensa ou que piora na região da hérnia
  • Mudança de cor da "bolinha" (vermelha, roxa, escura)
  • Inchaço grande e súbito
  • Não consegue empurrar a hérnia para dentro
  • Náuseas e vômitos
  • Prisão de ventre ou diarreia intensa
  • Febre

Diagnóstico e Tratamento: O Que Esperar?

O diagnóstico da hérnia umbilical é geralmente simples e rápido. Na maioria dos casos, ele é feito por um médico através de um exame físico. Durante a consulta, o profissional irá observar e apalpar a região do umbigo, avaliando a presença da saliência e sua capacidade de retornar para dentro do abdômen. Em algumas situações, para avaliar a extensão da hérnia ou verificar a existência de complicações, exames de imagem como a ultrassonografia abdominal ou o raio-X abdominal podem ser solicitados.

As abordagens de tratamento variam consideravelmente, principalmente com base na idade do paciente e na gravidade da condição:

Tratamento em Bebês: A boa notícia é que a maioria das hérnias umbilicais em bebês fecha espontaneamente até os 3 ou 4 anos de idade, sem a necessidade de qualquer intervenção médica. Nesses casos, o médico pode optar por um acompanhamento cuidadoso, observando a evolução da hérnia. Essa abordagem de "esperar para ver" é segura porque as complicações em bebês são raras.

Tratamento em Adultos e Casos Específicos em Crianças:

  • Cinta/Faixa: Em alguns casos, o uso de uma cinta ou faixa abdominal pode ser recomendado para ajudar a conter a protuberância. No entanto, é importante entender que essa medida não corrige o problema subjacente da fraqueza na parede abdominal; ela apenas oferece um suporte temporário.
  • Cirurgia (Herniorrafia): A cirurgia é o tratamento definitivo para a hérnia umbilical, especialmente para adultos ou quando a hérnia causa sintomas, é grande, ou apresenta risco de complicações como o encarceramento ou estrangulamento. O objetivo do procedimento é reposicionar o conteúdo que se projetou para fora e fechar a abertura na parede abdominal. A cirurgia pode ser realizada de diferentes formas:
    • Cirurgia aberta: O método mais tradicional, que envolve uma pequena incisão na região do umbigo.
    • Cirurgia laparoscópica ou robótica: Uma abordagem minimamente invasiva, onde o cirurgião faz pequenas incisões e utiliza uma câmera e instrumentos especiais para reparar a hérnia. Essa técnica geralmente resulta em menos dor pós-operatória e uma recuperação mais rápida.

Em muitos casos, especialmente em adultos ou para hérnias maiores, uma tela cirúrgica pode ser utilizada para reforçar a área enfraquecida da parede abdominal e reduzir significativamente o risco de a hérnia retornar. Essa tela atua como um reforço estrutural, abordando a fraqueza que permitiu a formação da hérnia. Ao contrário da hérnia inguinal, em que o uso de tela é sempre necessário, o uso de tela é individualizado na hérnia umbilical pequena. Hérnias umbilicais moderadas ou grandes sempre exigem o uso de tela. 

A recuperação da cirurgia de hérnia umbilical é geralmente simples. Atividades leves podem ser retomadas em poucos dias, mas é crucial evitar exercícios intensos e levantar pesos por um período de 4 a 8 semanas, dependendo do tamanho da hérnia e da técnica cirúrgica utilizada. 

Prevenção: É Possível Evitar?

Embora nem todas as hérnias umbilicais possam ser prevenidas, especialmente as que surgem em bebês devido a fatores de desenvolvimento, em adultos, muitas vezes é possível reduzir significativamente os fatores de risco. A chave para a prevenção em adultos reside na gestão da pressão intra-abdominal, que é a força exercida sobre a parede do abdômen. Ao controlar essa pressão, diminuímos a probabilidade de que os órgãos internos "escapem" por um ponto fraco.

Aqui estão algumas dicas práticas para ajudar a prevenir o aparecimento de hérnias umbilicais em adultos:

  • Manter um peso saudável: A obesidade é um dos principais fatores de risco, pois o excesso de peso mantém a parede abdominal sob constante pressão. Controlar o peso corporal é uma das medidas mais eficazes para reduzir essa tensão.
  • Evitar esforço excessivo: Tenha muito cuidado ao levantar pesos. Use a postura correta, dobrando os joelhos e mantendo a coluna reta, e evite sobrecarregar a região abdominal. Se o trabalho ou a rotina exigirem levantamento de peso, procure orientação profissional para aprender as técnicas adequadas.
  • Tratar condições que aumentam a pressão abdominal:
    • Tosse crônica: Se você tem tosse persistente, procure um médico para investigar a causa e tratá-la. Parar de fumar, por exemplo, pode eliminar uma causa comum de tosse crônica.
    • Constipação (prisão de ventre): O esforço para evacuar pode aumentar a pressão no abdômen. Uma dieta rica em fibras, boa hidratação e, se necessário, o uso de laxantes sob orientação médica podem ajudar a regular o intestino.
  • Fortalecer os músculos abdominais: Exercícios que fortalecem o "core" (músculos do abdômen e da lombar) podem ajudar a manter a parede abdominal mais resistente. No entanto, é fundamental que esses exercícios sejam realizados sob orientação de um profissional para evitar sobrecargas e lesões.

Adotar essas práticas não apenas ajuda a prevenir hérnias, mas também contribui para a saúde geral do corpo. A prevenção da hérnia umbilical está intrinsecamente ligada a um estilo de vida saudável, onde a atenção à dieta, ao peso, à atividade física e ao manejo de condições crônicas se traduz em benefícios amplos para o bem-estar.

Conclusão: Mensagem Final

A hérnia umbilical é uma condição comum, que pode ter origens distintas e desfechos variados, sendo frequentemente benigna em bebês e exigindo mais atenção em adultos. O mais importante é estar atento aos sinais do seu corpo e não subestimar qualquer alteração.

Se você notar uma saliência no umbigo, em você ou em alguém próximo, ou se sentir qualquer um dos sintomas de alerta que discutimos – como dor intensa, mudança de cor da protuberância, náuseas ou vômitos – não hesite. Procure um médico especialista o mais rápido possível. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações sérias e garantir sua saúde e bem-estar. Lembre-se, cuidar da sua saúde é uma prioridade, e buscar ajuda profissional é o primeiro passo para um tratamento eficaz e uma recuperação tranquila.

Perguntas Frequentes:

O que é uma hérnia umbilical?

É uma saliência que surge no umbigo quando parte do intestino ou gordura abdominal passa por uma abertura ou área enfraquecida da parede abdominal.

A hérnia umbilical é mais comum em bebês ou adultos?

Nos bebês, afeta até 30% — especialmente prematuros e de baixo peso — e costuma desaparecer até os 3 ou 4 anos. Nos adultos, afeta cerca de 2% a 3% da população e tende a exigir tratamento.

Quais são as principais causas da hérnia umbilical em adultos?

Obesidade, gestações múltiplas, esforço físico intenso, tosse crônica, constipação e cirurgias abdominais anteriores.

Quais sinais indicam a necessidade de procurar um médico com urgência?

Dor intensa, mudança de cor da saliência (vermelha, roxa ou escura), inchaço súbito, náuseas, vômitos, prisão de ventre ou febre. Esses sintomas podem indicar uma hérnia estrangulada.

A hérnia umbilical sempre precisa de cirurgia?

Não. Em bebês, muitas vezes ela se fecha sozinha. Já em adultos, a cirurgia é indicada quando há sintomas, risco de complicações ou hérnias maiores. O uso de tela cirúrgica pode reforçar a parede abdominal e reduzir recidivas.

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Hérnias: tudo o que você precisa saber. https://franciscotustumi.com.br/hernias-tudo-o-que-voce-precisa-saber/ https://franciscotustumi.com.br/hernias-tudo-o-que-voce-precisa-saber/#respond Mon, 13 Jan 2025 12:00:00 +0000 https://franciscotustumi.com.br/?p=1041 Este texto explora o tema das hérnias, explicando de forma acessível o que elas são, como se formam, os tipos mais comuns (inguinal, umbilical, hiatal e incisional), seus sintomas e fatores de risco. Também aborda os tratamentos disponíveis.

Introdução

As hérnias são condições muito comuns, mas nem todos sabem exatamente o que elas são ou como tratá-las. Você já ouviu falar sobre hérnias? Talvez tenha tido uma ou conheça alguém que passou por isso. Neste artigo, vamos explorar o que causa uma hérnia, os principais tipos, os tratamentos disponíveis e as tendências recentes sobre esse tema no Brasil.

O que é uma hérnia?

Dentro do nosso corpo, os órgãos estão protegidos e mantidos no lugar por músculos e tecidos. Quando essas estruturas são enfraquecidas, esticadas ou danificadas, os órgãos podem se projetar para fora, formando uma hérnia. Esse problema geralmente aparece no abdômen, na virilha ou na parte inferior do tórax.

As hérnias podem surgir e voltar. Em alguns casos, causam desconforto ou dor, especialmente ao realizar esforços físicos.

Tipos mais comuns de hérnia: 

1. Hérnia Inguinal: É a forma mais comum, ocorrendo quando parte do intestino empurra a região da virilha. Nos homens, essa hérnia pode descer até a área escrotal, sendo chamada de hérnia inguinoescrotal.

2. Hérnia Incisional: Pode aparecer no local de uma cirurgia abdominal prévia. O enfraquecimento do tecido na cicatriz permite que os órgãos se projetem para fora.

3. Hérnia Hiatal: Ocorre quando a parte superior do estômago passa por uma abertura no diafragma. Embora não seja visível, pode causar sintomas como azia, indigestão ou sensação de queimação.

4. Hérnia Umbilical: É caracterizada pelo abaulamento na região do umbigo, frequentemente presente desde o nascimento.

Tratamento: Quando a Cirurgia é Necessária?

Nem todas as hérnias precisam de intervenção cirúrgica imediata. No entanto, em casos de aumento progressivo, dor ou risco de encarceramento (quando a hérnia fica presa, podendo comprometer a circulação do órgão), a cirurgia é recomendada.

Opções de Cirurgia para Hérnia

  1. Cirurgia Aberta: 
  • Como funciona? Um corte é feito na região da hérnia para reposicionar os órgãos e reforçar o local com pontos ou telas.
  • Vantagens: Técnica amplamente disponível, especialmente em hospitais públicos.
  • Desvantagens: Recuperação mais longa e maior risco de dor pós-operatória.
  1. Cirurgia Laparoscópica: 
  • Como funciona? Utiliza pequenos cortes e uma câmera para realizar o reparo com instrumentos minimamente invasivos.
  • Vantagens: Menor tempo de recuperação, menos dor e menor risco de infecções.
  • Desvantagens: Exige equipamentos especializados e profissionais treinados.
  1. Cirurgia Robótica:
  • Como funciona? Uma evolução da laparoscopia, com maior precisão por meio de braços robóticos controlados pelo cirurgião.
  • Vantagens: Precisão cirúrgica superior, menos sangramento e recuperação mais rápida.
  • Desvantagens: Custo tende a ser mais elevado e acesso limitado em algumas regiões do Brasil.

O Aumento do Número de Cirurgias de Hérnia no Brasil

O número de procedimentos para tratar hérnias vem aumentando significativamente no Brasil. Segundo os dados do Ministério da Saúde, em 2023, foram realizados 270 mil procedimentos no Brasil, sendo 63 mil apenas no estado de São Paulo. Entre os anos de 2020 e 2021 houve uma diminuição significativa devido a pandemia. No entanto, nos anos de 2022 e 2023, o número de procedimentos voltou a aumentar.

Apesar desse crescimento, a maioria das cirurgias ainda é realizada de forma aberta, especialmente em hospitais públicos, devido à limitação de recursos para técnicas minimamente invasivas. No Brasil, aproximadamente 1% das cirurgias de hérnia inguinal foi feita por via videolaparoscópica ou robótica, enquanto o restante foi realizado por via aberta.

Com o avanço da tecnologia e a maior capacitação de profissionais, espera-se que as cirurgias laparoscópicas e robóticas se tornem mais acessíveis, oferecendo melhores resultados e maior conforto para os pacientes. A cirurgia robótica e a laparoscópica para hérnia inguinal estão associadas a menor risco de complicações infecciosas, menos dor no pós-operatório e recuperação mais rápida.

Gráfico:

Legenda do gráfico:

Número de cirurgias para tratamento de hérnias no Brasil, por estado. Houve aumento significativo nos últimos anos, com predomínio das cirurgias no estado de São Paulo. Entre os anos de 2020 e 2021 houve uma diminuição significativa devido a pandemia. No entanto, nos anos de 2022 e 2023, o número de procedimentos voltou a aumentar. Os dados foram obtidos do DATASUS.

Conclusão

As hérnias são condições comuns, mas tratáveis, que podem impactar significativamente a qualidade de vida. Independentemente do tipo, é essencial procurar orientação médica para o diagnóstico e para decidir o melhor tratamento. Com o aumento das opções tecnológicas e o crescimento no número de cirurgias, os pacientes têm cada vez mais acesso a soluções eficazes.

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Se você suspeita de uma hérnia, não hesite em procurar um profissional de saúde. O cuidado precoce é essencial para evitar complicações e garantir o melhor resultado possível. 

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Hérnia de Hiato: O que é e Quando a Cirurgia é Necessária? https://franciscotustumi.com.br/hernia-de-hiato-o-que-e-e-quando-a-cirurgia-e-necessaria/ https://franciscotustumi.com.br/hernia-de-hiato-o-que-e-e-quando-a-cirurgia-e-necessaria/#respond Mon, 23 Sep 2024 13:25:33 +0000 https://franciscotustumi.com.br/?p=971 A hérnia de hiato é uma condição bastante comum, mas que pode causar desconforto significativo e impactar a qualidade de vida de muitas pessoas. Entender melhor essa condição é o primeiro passo para encontrar o tratamento mais adequado.

O que é Hérnia de Hiato?

A hérnia de hiato acontece quando a parte superior do estômago passa através de uma abertura no diafragma, chamada de hiato, e se projeta para a cavidade torácica. O diafragma é um músculo importante que ajuda na respiração, e essa condição pode afetar a forma como o estômago e o esôfago funcionam, levando ao refluxo gastroesofágico. Esse refluxo ocorre quando o ácido do estômago volta para o esôfago, causando sintomas desconfortáveis.

Principais Sintomas

Os sintomas da hérnia de hiato podem variar de leves a graves. Muitos pacientes não apresentam sintomas. Quando o paciente apresenta sintomas, geralmente, estão relacionados ao refluxo gastroesofágico. Os mais comuns incluem:

  • Azia: Sensação de queimação no peito, especialmente após as refeições ou ao deitar.
  • Regurgitação: Retorno de alimentos ou líquidos do estômago para a boca.
  • Tosse e pigarro: Pode acontecer quando o refluxo gastroesofágico vai para a via aérea.
  • Dor no peito: Pode ser confundida com dor de origem cardíaca.
  • Dificuldade para engolir: Especialmente com alimentos sólidos. Isso acontece principalmente nas hérnias maiores ou mais complexas. 
  • Em casos mais graves, a hérnia de hiato pode causar sangramento interno, levando à anemia.

Causas e Fatores de Risco

A hérnia de hiato pode ser causada por uma combinação de fatores. Os principais incluem:

  • Aumento da pressão abdominal: Obesidade, tosse crônica, esforço físico intenso e constipação crônica.
  • Envelhecimento: Com o tempo, os músculos do diafragma podem enfraquecer.
  • Lesões ou cirurgias anteriores: Podem enfraquecer a área ao redor do hiato.
  • Outros fatores que podem aumentar o risco incluem o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e uma dieta pobre em fibras.

Tipos de Hérnia de Hiato

Existem três tipos principais de hérnia de hiato:

  • Hérnia tipo I ou Hérnia de Deslizamento: É a mais comum e ocorre quando a junção entre o esôfago e o estômago se move para cima e para baixo através do hiato.
  • Hérnia tipo II ou Hérnia Paraesofágica: Menos comum, mas potencialmente mais séria, ocorre quando uma parte do estômago se projeta ao lado do esôfago.
  • Hérnia tipo III ou Hérnia Mista: Combina características dos dois tipos anteriores.

Em casos mais graves, pode ocorrer migração de outros órgãos na hérnia, além do estômago, como pâncreas e intestino. Nesse tipo de situação, chamamos de hérnia tipo IV.

Tratamentos Disponíveis

O tratamento da hérnia de hiato depende da gravidade dos sintomas e do tipo de hérnia. As opções incluem:

  • Mudanças na alimentação: Evitar alimentos picantes, ácidos ou gordurosos. Fazer refeições menores e mais frequentes pode ajudar a reduzir os sintomas.
  • Medicamentos: Antiácidos, inibidores da bomba de prótons e bloqueadores H2 são frequentemente usados para controlar o refluxo ácido e aliviar os sintomas.
  • Cirurgia: Indicada para casos graves ou quando o tratamento clínico não é eficaz. A cirurgia, geralmente, envolve a reparação da hérnia e a fixação do estômago em sua posição correta. O procedimento mais comum é a hiatoplastia com fundoplicatura, onde a parte superior do estômago é envolvida ao redor do esôfago para reforçar a junção e prevenir o refluxo.

Quando a Cirurgia é Necessária?

A cirurgia é considerada em situações específicas, como:

  • Sintomas persistentes: Quando os sintomas não melhoram com medicação.
  • Sangramento ou dificuldade para ingerir alimentos.
  • Hérnias grandes ou paraesofágicas: Que podem causar complicações como obstrução ou estrangulamento.
  • Complicações: Como sangramento ou anemia.

Conclusão

A hérnia de hiato é uma condição tratável, mas que requer atenção médica. Com o diagnóstico e tratamento adequados, é possível controlar os sintomas e evitar complicações. Se você apresenta sintomas de hérnia de hiato, é importante procurar um médico para avaliação e discussão das melhores opções de tratamento.

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Hérnia Inguinal: É Possível Tratar Sem Cirurgia? https://franciscotustumi.com.br/hernia-inguinal-e-possivel-tratar-sem-cirurgia/ https://franciscotustumi.com.br/hernia-inguinal-e-possivel-tratar-sem-cirurgia/#respond Mon, 09 Sep 2024 13:23:11 +0000 https://franciscotustumi.com.br/?p=958 Neste texto, vamos abordar como as hérnias inguinais surgem, as complicações que podem ocorrer e qual é a evolução natural dessa condição. No final, discutiremos as opções de tratamento disponíveis e quando a cirurgia pode ser necessária.

As hérnias inguinais são uma condição comum em que uma parte do intestino ou outro tecido abdominal se projeta através de uma fraqueza na parede abdominal, causando uma protuberância visível na virilha. Muitas pessoas se perguntam se é possível tratar essa condição sem cirurgia. Neste artigo, vamos explorar essa questão e fornecer uma visão clara das opções disponíveis.

Como as Hérnias Inguinais Surgem?

As hérnias inguinais ocorrem quando há uma fraqueza ou defeito na parede abdominal, permitindo que parte do intestino ou tecido abdominal se projete para fora. Essa fraqueza pode ser congênita (presente desde o nascimento) ou se desenvolver ao longo do tempo devido a fatores como envelhecimento, esforço físico excessivo, tabagismo ou obesidade.

Complicações Possíveis

  • Dor e Desconforto: Uma hérnia inguinal pode causar dor ou desconforto, especialmente ao se mover ou levantar objetos pesados.
  • Estrangulamento: Em casos mais graves, uma hérnia pode ficar presa e perder o suprimento de sangue, uma condição chamada estrangulamento, que pode ser perigosa e requer atendimento médico imediato.
  • Obstrução Intestinal: Às vezes, a parte do intestino que passa pela hérnia pode causar uma obstrução, levando a sintomas como náuseas, vômitos e dor intensa.

Evolução Natural da Hérnia Inguinal

Crescimento Gradual: As hérnias inguinais não se resolvem sozinhas e tendem a aumentar de tamanho com o tempo. Mesmo em pacientes sem sintomas, frequentemente acabam desenvolvendo sintomas em algum momento da vida. À medida que a hérnia cresce, o risco de complicações como estrangulamento também aumenta.

Tratamento

Embora algumas pessoas possam viver com uma hérnia inguinal por um longo período sem sintomas graves, a cirurgia é frequentemente recomendada para corrigir a condição e prevenir complicações. A cirurgia pode ser feita por via convencional, laparoscópica ou robótica. Para decidir se vale a pena operar, os médicos levam em consideração alguns fatores, como sexo do paciente, sintomas, riscos cirúrgicos, expectativa de vida e expectativas do paciente em relação ao tratamento. 

O uso de cintas ou suportes pode proporcionar alívio temporário, mas não trata a hérnia de forma definitiva. Se você tiver uma hérnia inguinal e tem sintomas associados a hérnia, como dor, é importante consultar um médico para discutir a melhor opção de tratamento para o seu caso.

A cirurgia é geralmente um procedimento seguro e eficaz que pode oferecer uma solução permanente para o problema. A hérnia não vai desaparecer sem cirurgia.

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